Capítulo 26

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Ariana

— Ai. Meu. Deus. –Jon disse quando entrou no quarto, me fazendo revirar os olhos.

Eu estava em cima de um tablado pequeno e redondo, de frente para três espelhos, com empregadas ao meu redor e vestindo um dos milhares de vestidos já prontos que eu tinha que provar. Era só o primeiro. Eu precisava provar os moldes para que elas ajeitustassem depois para o meu tamanho. O grande problema é que todos eles estavam cheios de rendas, cristais, florzinhas, borboletinhas, todas essas inhas que eu sempre detestei desde criança. E era ÓBVIO que o palhaço ali tava tirando uma onda da minha cara.

— Nem começa. –avisei já sem paciência.

— Ariana Grande-Butera, a princesa que nunca veste renda, está realmente com um vestido rendado que parece a capa das almofadas da casa da minha vó????????

— Ah cala a boca. –abaixei e peguei algo pra tacar nele, o fazendo rir.– Seu idiota.

— Você me ama. –disse se jogando na minha cama. A mesma que estávamos ha algumas horas atrás juntos.

— Não nego. –pisquei.– Argh, eu odeio essas coisas. Isso me aperta tanto que você não tem nem ideia. Fora esses babados, o que que é isso? Eu tenho 11 anos de novo? Por favor, me deixem provar outro. –suplico às empregadas em um tom manhoso.

— Mas princesa, seu pai...

— Não é meu pai quem vai se casar, sou eu, e eu digo que quero algo mais simples. Por favor. –tento ser dura, mas não grossa.

      Elas apenas concordam e se afastam de mim para que eu descesse do pedaço de madeira. Tinha uma arara com alguns vestidos pendurados, para que eu pudesse olhar e escolher.

— Imagino que aperte, prefiro você sem nada. –diz Jon, me encarando sedutor de onde ele está. Apenas sorrio e reviro os olhos.

— Não é como se você tivesse o privilégio de me ver assim. –menti. Claro que ele tinha.

      Ele riu e eu continuei olhando os vestidos pendurados. Era um pior que o outro e na moral, eu casaria de uniforme. O curioso foi que um dos vestidos em particular me chamou a atenção. Era o último da fileira, parecia velhos e bem mais simples que os outros. Branco, sem babados, flores ou borboletas, tinha rendas simples, mangas compridas e era um longo normal, sem saia rodada. Também tinha um cinto de pedrinhas. Era perfeito.

— O que foi?

— Eu já... vi esse vestido antes. –tirei ele da arara e segurei em minha frente, encarando o tecido antigo. Quando me dei conta, meus olhos se encheram minimamente de lágrimas.– Ele... era da minha mãe. É o vestido de casamento dela, não é? –perguntei às costureiras, que concordaram.

      Imediatamente corri para o meu banheiro para tirar o vestido que eu estava usando e colocar o da minha mãe. Quando voltei para o tablado e me olhei nos espelhos, eu sorri, meu coração sorriu. Tinha servido direitinho.
Jon se levantou e veio até mim, ficando por trás, ele segurou a minha cintura e deixou um beijo no meu ombro direito. Ele era significativamente mais alto que eu e aquele tablado não era tão alto, eu ainda estava um pouco mais baixa que ele.

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