Capítulo 17 - In the dark

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Quem é você no escuro? (eu, eu)

Me mostre as partes mais assustadoras (eu, eu)

quem é você quando são 3 da manhã e você está sozinho?

E Los Angeles não te faz se sentir em casa? (eu, eu)

Quem é você no escuro?

Silêncio. 

Lauren me olhava sem qualquer expressão, não demonstrou surpresa, raiva, ódio... Nada. Ela me encarava e parecia que eu era invisível. 

- Lauren - chamei e toquei seu braço. 

Ela pareceu despertar e olhou pra onde minha mão estava e então franziu a testa, parecia confusa.

- O que... - sua voz era tão rouca que falhou. - O que... - limpou a garganta. - O que faz aqui?

- O que aconteceu? - perguntei preocupada.

- Nada. - disse e abaixou o olhar. - Só vai embora, Camila. - disse e foi para fechar a porta.

- Não. - segurei a mesma e a abri. Lauren me olhou confusa e aproveitei para entrar e fechar a porta. Ela abaixou a cabeça e respirou fundo.

Um caos, completo. Tudo que era de vidro na casa, com exceção das portas e janelas, esquece, estava tudo no chão em farelos. Lauren tinha feito um belo de um estrago, nem mesmo a gigante tv havia escapado. Tornei a olhar pra figura irreconhecível de Lauren Jauregui. Cabeça baixa, olhos perdidos, Lauren parecia que estava mais destruída que sua sala inteirinha. Suas mãos ainda sangravam, Suspirei e com cuidado fui até ela, ela nem se movia e quando a toquei ela ergueu a cabeça me olhando. Segurei suas mãos e olhei rapidamente, por sorte os cortes não eram profundos e nem grandes e com mais sorte ainda nem precisaria de pontos, mas precisava limpar e tirar os cacos do vidro para não infeccionar. 

- Lauren, eu vou cuidar de você. - disse e a puxei guiando-a para o quarto dela.

Passamos pelo corredor intacto, chegamos ao quarto e segui pro banheiro. Lá eu a coloquei sentada na pia, abaixei e peguei uma caixinha de primeiros socorros que sabia que tinha ali. Lauren não falava, na realidade, por muitas vezes parecia tão distante dali que era como se a mente dela a levasse para um outro lugar.

Tratei dos ferimentos da mãos dela com maior cuidado e carinho do mundo, sentia sua fragilidade e a última coisa que eu queria era machucá-la. Não fazia ideia do que estava acontecendo com ela, não entendia por que dela estar assim. Eu não seria tão insensível a ponto de perguntar o que tinha acontecido, não queria ser invasiva a este ponto, mas precisava admitir que não a deixaria até que tivesse certeza de que ela estava bem. Menos de um grito e um olhar gélido eu nem ouso a sair daqui.

Após limpar todos os ferimentos eu a guiei pro banho, ela não debateu, eu a ajudei com a roupa e sem maldade alguma a coloquei embaixo d'água enquanto fui buscar roupas e toalhas. Voltando ela estava tomando banho, esperei ela terminar e a ajudei a se secar e depois com a roupa. Conferi os machucados e em uma das mãos enrolei uma atadura, não seria necessário os pontos, mas não queria deixar exposto. Alcancei rapidamente o secador e sequei seus cabelos. Segui com ela até a cama, onde puxei o edredom. A cobri. Ela me olhava curiosa.

- Está sentindo algo? - perguntei preocupada e ela negou. - Muito bom, agora descanse um pouco.

Ela segurou minha mão, mas fez uma careta de dor.

- Fique. - pediu.

A olhei por um tempo e então subi na cama e deitei, Lauren se virou e se aconchegou em meu peito. Me peguei a abraçando, a acolhendo em mim. Seu suspiro foi confundindo com o meu, levei uma das mãos a seus cabelos. Lhe fiz um cafuné e esperei até que ela adormecesse. 

Fireproof - (À prova de fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora