48

100 8 2
                                    

Marissa sentia-se sufocada. As lágrimas e o soluço pareciam pedir para sair. Ela não conseguia mais manter aquelas emoções engarrafadas dentro de si, precisava desesperadamente de ar, precisava desesperadamente chorar.

Cada passada que ela dava pelo corredor sentia que não aguentaria mais. A dor em seu peito parecia maior e as palavras de Marcella era como álcool em uma ferida.

Se for fazer você se sentir melhor, pense que eu sou uma barriga de aluguel porque é isso que eu sou.

Ela não aguentava mais, precisava sair dali. Ela se forçou a correr com as lágrimas embaçando a sua visão. Ignorou qualquer pessoa que esbarrava e correra como se sua vuda dependesse daquilo.

Chegou garagem e pegou o carro. Deixara a chave na ignição. Ligou o motor e deu partida.

Por sorte os portões estavam abertos. Ela nem ligou se os seus seguranças estavam seguindo-a ou não.

Ela não sabia ao certo para onde estava indo, o mais sensato seria ir ao encontro de Bridget. Seria na segurança dos braços dela que ela choraria toda a dor e confusão que se encontrava seu coração. Mas não queria afogar a mulher com os seus problemas porque aquilo também envolvia Marcella.

Por algum estranho motivo seu carro começou a perder a velocidade. Marissa guiou o carro até o acostamento e olhou para o painel procurando por respostas do porque o carro estava parando e quando ele parou de vez ela viu qual era o problema, estava sem gasolina.

Ela descansou a cabeça no volante e deixou as lágrimas fugirem, sentia-se ainda mais sufocada ali dentro do que quando estava no Palácio.

Respirando fundo, ou tentando ela tirou a chave da ignição e desceu do carro. Deu uma olhada ao redor tentando reconhecer o lugar. Aparentemente estava na parte central de Dublin. Haviam pessoas passando por ali e algumas a olhavam, os olhares eram surpresos, curiosos e até mesmo preocupados. Óbvio que eles a olhariam assim, seu rosto estava manchado de lágrimas e ela parecia um caos.

Marissa abriu a porta do carro novamente e pegou os óculos escuros no painel.

Travou o carro e subiu na calçada. Passou pelas pessoas sentindo-se ainda pior, a última coisa que ela queria era estar no meio de tanta gente. Apertou os passos e algum ponto começou a correr e só parou quando se viu em frente à um parque.

Adentrou o local que tinha uma enorme placa dizendo; Fechado para reformas. Ela Ignorou a placa e foi direto para os balanços.

Já deveria se passar das sete, uma fina garoa caia sobre a sua cabeça fazendo-a fechar os olhos e encostar a cabeça na corrente do balanço.

Aos poucos ela sentira as lágrimas finalmente caírem e a pressão no peito diminuir. Aos poucos toda dor deixava seu coração fazendo-a se sentir melhor. As palavras de Marcella ainda flutuavam em sua cabeça e ela tentava ao máximo não pensar nelas. Mas havia aquela pergunta; Como uma mãe consegue abrir mão do seu próprio filho?

Um espirro a fez abrir os olhos assustada e olhar ao redor.

- Tem alguém ai? - perguntou tentando manter o medo afastado e se repreendendo por ter saído sem os seguranças.

Ela não obteve respostas. Se levantou do balanço pronta para deixar o parque quando ouviu outro espirro e esse ela conseguiu identificar de onde viera, casinha do escorrega.

O Reino da EuropaOnde histórias criam vida. Descubra agora