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O salão ficou tão silencioso que se um alfinete caísse nos chão todos ouviriam.

As câmeras estavam sobre o casal que olhavam as pessoas com sentimentos mistos. Marissa ficara tensa e procurava desesperadamente os pais e as amigas, aos achá-los reprimiu um suspiro de alivio. Ótimo, eles não estavam encarando-na como se ela fosse uma hidra como os outros estavam fazendo.

Andrew estava mais do que satisfeito com as expressões. Se eles achavam que o desagrado iria fazê-lo mudar de ideia eles se enganaram, esse foi mais um dos combustíveis que o moveu para seguir em frente com o seu plano.

Ao contrario do que ele pensara o Ministro Russo até que pareceu se agradar da notícia. Certamente estava pensando em como usar aquilo ao seu favor. Bom, ele não irá deixá-lo vencer essa batalha, mostrará a todos, principalmente ao seu povo que Marissa era digna de ser rainha.

E por mais que ele não confiasse nela, ele viu potencial. Viu em seus olhos algo que muitas vezes via nos olhos do pai; vontade de ajudar e de fazer a diferença. Ele ainda precisava pensar melhor em como seriam as coisas entre os dois em relação ao governo, mas se fosse para calar a boca dessas pessoas a faria melhor rainha que esse povo já viu.

- Eu já tinha planos de me casar, antes mesmo de saber da noticia do bebê e de assumir a coroa. Mas teremos que adiantar os planos já que estamos grávidos. - sua piada não foi bem aceita e ele ignorou - E como venho de uma família muito tradicional, nós decidimos casar antes da criança nascer. Então ficou decidido que no dia da minha coroação nos tornaremos marido e mulher e juntos seremos coroados seus reis. - os múrmuros vieram assim que ele fez a declaração. Era obvio que as pessoas ali presentes não haviam se agradado, mas ninguém ousou levantar a mão e gritar que aquilo era um absurdo, não eram tão tolos assim. Andrew silenciou os múrmuros da mesma forma que o pai fazia e mesmo sentindo-se afrontados os ministros que não o apoiavam se calaram assim como os demais - Eu e à Marissa queremos dividir nossa felicidade com todos vocês mesmo num momento tão difícil como esse. Me doí dizer isso, mas precisamos seguir em frente. Independente da religião de todos peço que orem pela vida do meu pai, ele precisa das nossas orações e preces. E minha família precisa de apoio e não problemas, palavras duras e desrespeito.

A mensagem fora passada e ele pode ver alguns ministros entrarem em pânico.

- Por favor aproveitem a comemoração. Meu pai iria querer isso. - e com isso ele desligou o microfone e se afastou levando Marissa consigo. A mão dela estava fria e apertava a dele como se tivesse tentando se certificar de que aquilo de fato acontecera.

Belinda o olhou chocada assim como metade do salão, sua mãe parecia surpresa com tamanha convicção e ousadia com o qual ele falara, assim como Ronan. Sem dizer nada ele guiou Marissa para fora da plataforma e descansou a mão em suas costas.

- Sua mão está gelada. - comentou ao passar por algumas pessoas que os felicitavam, todos com falsidade é claro - Está tudo bem?

- Eu não sei. Como uma pessoa deveria se sentir ao ser anunciada como futura rainha de sua nação, ou oficializar seu noivado com o Príncipe da Europa e ainda por cima assumir um filho que não dela e estar em maus lençóis com a irmã que pensa o pior dela? - a última parte ela disse em um tom baixo bem próximo a ele para que ninguém mais os escutassem.

A mão dele subiu e descansou em seu ombro, de repente eles estavam muito próximos, algo a deixou desconfortável.

- Eu sou grato por tudo que está fazendo por meu filho Marissa. E sei que eventualmente as coisas entre vocês irão melhorar. - ela o encarou com curiosidade e um olhar esperançoso.

- Como tem tanta certeza?

- Ela ama você, sempre que falava de você era de um jeito amoroso e carinhoso. A mesma forma como eu falo da Belinda e do... - ele parou, engoliu as próprias palavras como se dizê-las fosse um erro - A questão é que ela ama você e que em algum momento irá se dar contar do que você está fazendo. - prometeu sem ter ideia do quão importante aquelas palavras foram para ela - Venha, você pode ficar com os seus pais até sairmos.

O Reino da EuropaOnde histórias criam vida. Descubra agora