O Reino da Europa

22

Doze horas.

Marissa estava dormindo mais de doze horas.

Bright não sabia se ficava preocupada ou aliviada. Sua filha estava finalmente dormindo, descansando, mas em momento algum abriu os olhos ou reagiu, pelo menos não que ela tivesse visto.

A mulher e o seu marido não saíram do lado dela, esperaram de forma paciente que ela acordasse.

Uma enfermeira a verificava de meia em meia hora. Julian também ia vê-la, ficava alguns minutos no quarto e saia pois estava de plantão. A Dra. Cooper também verificava a jovem com frequência, ela avaliava Marissa e garantia aos pais dela que tudo estava bem e que logo ela acordaria.

Andrew também permaneceu no hospital, não no quarto com ela, mas com o pai. Fazia algumas semanas que ele não o via. Ele ainda estava na mesma, em coma. Era tão triste vê-lo daquela forma, de não tê-lo ali ao seu lado.

- Você saberia o que fazer. - ele falou apertando a mão do homem - E com toda certeza não me deixaria ter proposto isso a Marissa. Eu... me sinto tão culpado. Ela é uma boa pessoa sabe, se importa demais com as pessoas. É muito diferente da Marcella, ela aceitou se casar comigo só para dar uma chance ao meu filho de ter uma vida normal e o que eu fiz pai? A repeli como se ela tivesse veneno, a afastei sem ao menos dar chance de conhecê-la, coloquei ela nesse caos e nem me dei ao trabalho de ajudá-la sair. Não foi pra isso que você criou. - ele falou baixinho descansado a cabeça na borda da cama - Eu queria tanto que você acordasse e me abraçasse. Sinto tanta a sua falta, sua e do Brandon. - lamentou sentindo a emoção sucumbir e as lágrimas fugirem.

Passos se aproximaram e fazendo-o se recompor. Dr. Martin, o médico que cuidava o seu pai e amigo da sua ex noiva, parou do outro lado e verificou os monitores que estavam ligados ao Rei.

- Você deveria ir para casa. - o médico sugeriu anotando algo na prancheta.

- Eu prefiro ficar. - respondeu olhando para o rosto magro do pai - Ele está bem?

- O quadro é mesmo. - respondeu verificando a pulsação dele - Ele fará alguns exames essa semana.

- Ok, vou avisar minha mãe. Como está à Marissa?

- Dormindo. - Julian respondeu com secura. Assim como Sean o homem parecia não gostar dele. Motivos não faltavam. Andrew pensou olhando para o chão - Você precisa sair, está muito tempo aqui. Só deixei porque ele é o seu pai e você é o Príncipe.

Sem muita opção Andrew se levantou, olhou mais uma vez para o rosto do homem que tanto amava e admirava e beijou sua cabeça. Seu pai sempre fazia isso com ele quando ele era mais novo, só parou quando Andrew virou adolescente e passou a ficar envergonhado quando ele fazia isso.

Ele deixou a UTI e desceu até o segundo andar. Era madrugada, três da manhã, quando ele entrou no quarto onde Marissa estava e viu Bright com a cabeça deitada no ombro do marido. Sean o olhou de um jeito intimidador e voltou a velar o sono da filha.

Andrew aproximou-se e parou ao lado da cama.

- O Senhor pode ir para casa. - o Príncipe sugeriu ganhando um olhar engraçado - Vocês estão cansados e ela não vai acordar agora. Eu posso ficar.

- E por que ficaria? - o homem cruzou os braços e franziu o cenho.

- Porque vocês precisam descansar e eu não pretendo ir embora. - ele respondeu também cruzando os braços, mostrando que falava séria e que ficaria ali mesmo que ele não gostasse.

Surpreendeu-se ao ver Sean acordar a esposa e se levantar. E ainda mais quando o homem falou que ele ficaria ali até os dois voltassem. Bright saiu muito relutante não querendo deixar a filha ali assim, e só se convenceu quando Andrew prometeu ligar caso ela acordasse.