Eu estava tão envergonhado ele havia literalmente me pegado. Ou feito uma peça.
Tem algo estranho que acontece com homens. São sensiveis de mais frágil de mais ao toque, ao contato. Qualquer toque é um toque. Digo isso pois me entendo as vezes o modo como me deito na cama me deixa excitado. Ou se me aliso de alguma forma fico excitado. Somos fracos e sabemos disso, as vezes ignorar é algo que tentamos.
As vezes em brincadeiras ficamos excitados e só uma brincadeira.
Me pergunto: Não curto ou não conheço?
O universo masculino é estranho, penso isso pois se repararmos no banheiro masculino é como um jornal de informação atras das portas ou ponto de prostituição.
Numeros telefonicos, ofertas tenuosas e pretenciosas, ideias mirabolantes. E sem contar os dialogos, marcações sexo, e ideias idiotas... E homens? Homens são fascinados por penis, desenham em todo canto, a gente acha que eu coisa de escola mas não é não, basta ficar sozinho por algum tempo com uma caneta na mão para fazerem arte.— Eu não sou gay — falo
Ele torceu o lábio inferior fazendo um bico, ele tinha essa mania, deu os ombros e disse:
— Não falei nada.
Ficamos em silêncio olhando para o nada, minha mão encostava na barricada velha de escombros velhos ao lado da dele. Não sei porque mas estiquei o dedo mindinho tocando ele, tocando sua mão de modo acanhado. Depois recolho o mesmo.
O que estou fazendo?
Ele respira fundo e me olha, mas eu não o olho, sei que ele me olha é perceptível e notável no meu reflexo ocular.
Ele toca minha mão sutilmente. A que está apoiando meu corpo sentado sobre a barricada. Sinto novamente aquele desconforto, ah o desconforto que causa a excitação, outro homem me toca meu melhor amigo e por isso o desconforto.O vento sopra chacoalhando as folhas. A cena silenciosa e tendenciosa parece que se repetirá sempre.
Ele quebra o silêncio bufando um ar de seus pulmões.— Eu devia te odiar — sinto seus dedos acariciar em movimentos bem leve minha mão — Porra eu devia odiar você, você foi filho da puta comigo.
— Não foi por mal Ricardo. — suspiro fundo.
Houve uma breve pausa olhei para nossas mãos e depois para ele.
Agora era o momento exato que eu posso descreve-lo.
Ele era moreno, tinha os olhos amendoados cizentos de cílios curvos, expressoes fortes. Era um homem de tirar o fôlego... É eu vou usar essa fala. Ele tinha um corpo troncudo mas não era musculoso, digo: um grande musculoso, ele tinha seus músculos mas não era como os homens que gostam de malhar. Eram musculos desses que desenvolvem sem academia pegando peso de serviços braçais. Ele tinha tatuagens no braço esquerdo de formas aleatórias e no direito era recheado fechado ate o pulso, nos dedos letras foscas. No pescoço outra emergia-se, tinha os cabelos escuros, castanho escuro e a barba recheada em seu maxilar era castanho um pouco mais claro, ele tinha as sobrancelhas grossas e arredondadas levemente com uma falha sutil que não fora feita de propósito e sim de nascença. Os lábios eram finos e vermelhinhos como morango, e ele tinha um nariz de batata que combinava com seu rosto robusto. Na orelha um brinquinho prata. Os ombros eram largos como se fosse abraçar alguém o tempo todo, estava usando uma regata simples com malha militar por de baixo do colete do clube e uma bermuda, não estava calor, também não estava frio. Seus sapatos eram baixos vermelhos desbotados encardidos, na perna outra tatuagem.
Eu tambem tinha tatuagens mas menos que ele. Não tinha um braço repleto, mas tinha algumas.
Ele usava aneis nos dedos, um do moto clube os outros aleatórios. Ele era viril, pescoço grosso exibindo o pomo de Adão sutilmente, marcas de cicatrizes da adolescência alguns furinhos de acne na bochecha acima da barba e pintinhas leves bem clarinhas quase como sardas ou tavez até fosse, em algumas areas de sua bela face e tórax.— Lembra de quando decidimos nadar peladões no lago?
Eu tossi um riso ao ouvir ele dizer isso.
— E medimos nossos paus — ele continuou.
Eu ri ainda mais tapando a cara com a outra mão totalmente envergonhado.
Adolescencia é algo curioso sempre queremos saber a respeito, principalmente se o tamanho do brinquedo é adequado, sempre comparamos ou queremos comparar, temos curiosidaded para saber sobre pelos ou penis que crescem e varias outras coisas na puberdade que nos tornam homens ou mulheres, ou nos faz encontrar o que somos de fato.— E daí ficamos duros juntos para sabermos... Qual era o maior...
Eu ainda ri.
— Eramos bobos...
— Depois daquilo bati a melhor bronha da minha vida... Pensando no momento em que ficamos lado a lado e bem... Eu toquei no seu, para medir.
— Rick, cara! — resmungo um pouco assustado e ele riu.
— Você ficou puto por ter o pau menor
Eu ri.
Ele riu.Naquele dia, tinhamos quinze ou quatorze anos. Eu fiz o mesmo, depois de medir fui para casa e me masturbo durante o banho. Mas não sei, o que eu estava pensando? Ah varias coisas, na revista, no toque do Rick, em outras garotas. Mas eu não iria contar isso a ele, que bati uma pensando nele também.
Era assim na adolescência qualquer coisa era motivo para se masturbar no banho.
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Amores & Motores
RomanceDepois de anos Daniel retorna para a velha cidade em que cresceu e reencontra seu velho amigo no antigo moto clube totalmente diferente do que era no passado há quinze anos atrás. Daniel e Ricardo começam uma disputa de implicância, ambos cresceram...