Sua boca me chama

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Primeiro foi estranho.
Ficamos olhando para o teto.

Mas agora eu olhava para ele enquanto ele puxava os fios do meu cabelo até a testa e soltava fazendo os cachos lisos ondulados voltarem para o lugar.

Ele é bonito. Rick sempre foi o mais bonito, mais chamativo, quando ficavamos com meninas — Eu odiava que ele fosse junto de mim — , pois as garotas sempre preferia ele do que eu. Na escola então... Eu o evitava sempre, acho que eu tinha ciúme por eu não ser igual ele, exibido, atraente, interessante e o sucesso das garotas.

Ele me olhava e eu o olhava. Mas ele estava concentrado em meus cabelos.

E se eu o beijasse? Seria estranho? Como seria? Como ele se sentiria?
E eu?

Por algum motivo fiquei curioso observando seus labios bonitos e arredondados, pequenos. Mas quando ele sorria o sorriso perfeito sua boca se mostrava grande, e linda.

— O que esta pensando? — perguntou ele

Ele passou a língua no lábio rapidamente, não de modo provocativo, foi involuntário.
E esse era problema, como ele sabia provocar sem fazer nada?
Porra e eu com vontade de beijar ele. Nunca pensei que isso aconteceria estava ficando puto comigo.

Esse é o motivo do qual evitamos os gays? Medo de nos atrair pois sabemos que corremos este risco?
Será que é isso? Nos torna vulnerável. Merda!
Subi meu tronco mais um pouco e me aproximei ainda mais.

— O que esta fazendo? — ele sussurrou parando de mexer em meu cabelo.

Fui de encontro com seus labios colando o meu no dele e ele me empurrou sutilmente.

— Daniel! — ele falou um pouco assustado — Que merda está fazendo?

Será que eu havia me enganado? Ele não era gay?
Sera que errei.
Fico acanhado de imediato.
O que devo fazer?
Ficamos nos olhando enquanto eu sentia a vergonha subir. Mas também sou descarado. Lembro me que antes de tudo ele também tentou me beijar.

— Só... —  fechei os olhos sem terminar a frase e novamente me avancei em cima de seus labios.

Agora fui correspondido.
Tão bem correspondido que ele me deixou hospedar sua boca com a língua.
Ele me abraçou e segurei seu rosto enquanto ele me alisava.
Damos um amasso.

E foi diferente. Não diferente no sentido de paixão. Foi diferente beijar um homem, sabe aquela coisa: o ilegal é mais gostoso.
Parecia errado e ilegal, por isso era mais gostoso.
Era diferente.
Eu jamais saberei explicar.

Ele me apertou em um abraço de modo tenuoso enquanto me beijava carinhosamente. Senti sua mão quente me correr para baixo da camisa e levantei as pressas encerrando o contato de modo abrupto.
Merda.
Que porra foi essa?
Eu havia gostado. Estava excitado, caminhei lentamente até a porta. Escutei a cama ranger enquanto enscostava apoiando-se na parede.

— Fiz algo errado?

Esta tudo errado. Penso, em seguida me viro envergonhado por estar de pau duro. Puxo a camisa sutil por cima.

— Não... Não, vamos embora? — sugeri

E ele se levantou rapidamente. Sem insistir, apensa colocou seus sapatos pois ele havia tirado os mesmos. Eu usava chinelos comuns certamente o chinelo dele.
Ele não perguntou por quê, nem o que eu faria.
Só montamos na moto feito dois estranhos e eu não o toquei, segurei no suporte de apoio da moto dessa vez, respiro fundo sem colocar o capacete de modo direito, queria escapar dali. O mais rápido.
O que aconteceria se ficássemos? Trasariamos? E depois? Quem seria a mulher de quem ou sei lá?
Eu estava confuso.
Muito confuso.

Minha mente foi contestando diversas situações inenarrável e insanamente assustadoras, ou não. Por que eu o beijei? E porra qual foi? Por que foi tão gostoso? Eu não queria ter parado, mas senti sua mão alisar meu abdômen levando a minha camisa, e fiquei com vontade de fazer o mesmo. Sentir sua textura, alisar quas costas por baixo da camisa.

Desci da moto no meio fio lhe estiquei o capacete mas ele fez sinal com a cabeça para que eu levasse para dentro.
Quando me virei Tatá estava parada.

— Ah vocês estão ai! Droga pensei que haviam se matado. Que foi querido esta pálido parece ter visto um fantasma?

Eu estava envergonhado era como se ela tivesse pego a gente no flagra. O que eu diria se ela perguntasse de mais?

— Onde estavam? O que foram fazer?

Travei não conseguia dizer nada. Olhei para Rick que naturalmente respondeu sem nenhum peso em sua consciência.

— Dar uma volta mãe precisavamos conversar.

— S-sim... Uma volta... Isso... Só conversar! — falei acanhado passando por ela — Pegar minhas coisas.

Senti estar falando coisa sem sentido.
Merda conversar? Só se fosse com minha boca na dele. Conversar? Dois homens que conversam se esfregando. Dei de cara com Daí segurando a fillha de Rick, desviei o olhar passando por ela bem rápido.

Merda.
Sintia o suor brotar dentro de minha tempora, como se algo brotasse no centro de meu cerebro causando um frio, um medo. Me troquei rapidinho, minha roupa de ontem fedia a bebida, talvez eu devesse ir para a pensão tomar um banho bem frio, para acalmar e sei la: colocar roupas para lavar.

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