Acender o Fogo

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Eu estava no banho, e me atrevi a me tocar por curiosidade. O clima estava tenso na casa de Rick, quando retornamos do bar parecia que alguém havia morrido, ele disse que iria passar que era para eu ficar tranquilo, mas não há como ficar tranquilo em meio a uma situação dessas.
Minhas mãos estavam bem ensaboadas, levei a mesma até as nadegas lavando as duas caras metades.  Coloquei o dedo na porta do anus massageando de modo sutil, eu nunca fiz aquilo, queria saber como seria ter algo dentro de mim. Coloquei o dedo, e merda aquilo era um incômodo como alguém sentia prazer naquilo?
Retirei.
Mas não estava contente eu queria tentar de novo, ensaboei a mão novamente. Dessa vez coloquei o dedo todo.
Existe algo que sempre pensei a respeito dos homens: quando fazemos número 2 as vezes forçamos a prostata, é involuntario, nada de prazer, mas o pau ele fica meio mechido, como quando mijamos e paramos no meio da mijada, paramos, e mijamos de novo, se ficarmos fazendo isso o pau vai querendo enrijecer.
Eu senti apenas aquela sensação. Nada de prazer, era só um misto de estímulo involuntário.
E uma dorzinha, e um incômodo.
Então fiquei colocando e tirando o dedo de la, não era tão ruim assim depois de fazer aquilo algumas vezes, era até que mais facil, acho que era o sabão.
Ok.
Acho que eu estava sentindo algo. Um pouco de prazer, mas não por estar gostando, aquilo incomodava, o prazer vinha da proibição.
Ou da sensação de ter algo no meu rabo nunca antes tido?

Termino o banho após aquilo. Nada a mal era só uma parte inexplorada do meu corpo.
Talvez não seja tão ruim.
Eu devia ser mais curioso.

Rick não está, ele talvez esteja resolvendo algumas coisas do clube. Manu está no colo de Ju que está vendo televisão. Tatá está muda como se eu fosse um estranho. Quero sair o mais rápido.
Coloco minhas vestes.
Pego a minha moto.
E mando uma mensagem para Rick como ja haviamos combinados.

***

O vento esta gelado, certamente uma frente fria ou chuva, na mata as arvores parecem cuspir seus orvalhos e talvez tenha sido uma ideia ruim vir até esse local para passar a noite.
Deixo a moto ao lado de fora, podem rouba-la não acho esse lugar seguro, está tudo muito escuro e o celular ja não tem mais sinal.
Olho para o mesmo e apenas a telinha azul mal pode iluminar aquele lugar, Rick ainda não apareceu, e nem sei se viu minha mensagem.
Na porta da cabana aquela imensa escuridão da qual não sei abrir. Enfio a mão no bolso puxando a chave que Rick me dera mais cedo para abrir o cadeado e a porta.
Esse lugar agora não é tão divertido é assustador, sinto que até mesmo estou sendo observado pelas arvores: paranoia. Talvez seja medo.
Talvez eu não va ficar tranquilo essa noite, seria melhor ele ter pagado um motel.
Que ideia chula e tola.

Ao entrar sinto o frio cortante ficar ao lado de fora, mas ainda sim gelado. Tem uma lareira velha que eu nem sei se funcionaria, mas não custa tentar, tem algumas lenhas no assoalho do lado externo.
Preencho a lareira, mas não tenho fogo, é uma merda, não há nada aqui, nem cobertores nem nada.
Perambulo de um lado ao outro para ver se o meu corpo aquece, fiquei com medo de fechar a porta e ficar aqui dentro sozinho: homens também tem medo, descobri isso depois de descobrir que homens choram.
E agora? Dão o rabo.
Merda tô pirando
Rick cade você?

Seguro na mão o rifle, e penso a respeito se o mesmo está carregado e espero que sim.
Por fim, se passa talvez uma hora, e eu cheguei era oito, agora são nove e quinze da noite. Do lado externo só a lua ilumina, não havia vaga-lumes, mas a lua também desaparece em meio as nuvens de friagem, e uma garoinha fina cai... Merda.
Talvez eu devesse ir embora.
Vou embora, é isso!

Coloco a rifle no local, olho uma ultima vez para aquela escuridão. E então meu coração e aquecido por um barulho de motor que se estende entre as arvores.
Dou um sorriso.
Se eu estava frustrado o amor me fez esquecer isso.

A moto dele está cheia de coisas penduradas.

— Me da uma ajuda... —  pede Rick ao parar a moto.

Ele saca uma lanterna mirando em minha cara.

—  Que merda é essa?

— Eu estava vindo e percebi que estava ficando frio... E eu estava trazendo só um lençol. Voltei para trás e peguei umas cobertas, uns travisseiros, umas porcarias.

Estava realmente muito frio.

Peguei o que conseguia e carreguei para dentro junto de uma lanterna que ele me deu.
Ele veio logo atras carregando mais coisas.
Eram dois edredons enrolados, dois travesseiros baixos, uma manta de frio. E um saco de pocarias, doces e um monte de coisa, também havia dentro do saco escovas de dentes novas, e um sabonete...

— Foi ao mercado? — pergunto mexendo na sacola.

— Uhum — ele resmungou colocando outra sacola com coisas em cima da pia.

— E muita coisa...

— Ue, então levamos o que sobrar para casa. — resmungou ele saindo.

Foi até sua moto enquanto eu revirava as coisas e voltou com um pequeno galão.

— Bacana, essa lareira quase nunca uso, nunca fico aqui. — ele disse fechando a porta e passando a corrente. —  Vamos acender esse fogo!

Ele fez uma cara de sapeca balançando o pequeno o galão de gasolina.

Amores & MotoresOnde histórias criam vida. Descubra agora