Voltei

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Rick cortava tomates em cubinhos perfeitos. Eu estava sentado na bancada da pequena cozinha o observando em silêncio. Sua mão era ágil com a faca.
Observava seus dedos roliços e grandes, sua mão grande, que estava levemente machucada por conta de sua furia ao esmurrar a parede, seus anéis prateados e escuros emoldurados. Sentia o cheiro aromado do seu suor, talvez seu desodorante, e agora misturado com o cheiro de comida, tínhamos passado a manhã toda aqui organizando caixotes e limpando o local que estava uma bagunça, juntamente de sava que saiu.
Agora finalmente paramos. Agora eu finalmente podia ver ele, estavamos jogando conversa fora, eu comia pedacinhos daquilo que não iria ser usado, o couro do bacon, pedaços das carnes que não foram para panela, da massa da lasanha crua ao meu lado, da mussarela ou do presunto.
Ele segurava o tomate de modo nada delicado, as vezes o mesmo rachava em sua mão, era o terceiro tomate de quatro que ele picava, por um instante eu quero ser pego daquele forma, como os ovos de gslinha que ele conseguia quebrar com uma unica mão sem derrubar fagulhas de cascas.
Eu estava com tesão enquanto o assitia, meu fetiche não estava no fato dele usar avental ou cozinhar, estava justamente nos detalhes que eu não conseguia parar de observar, seus braços para fora da regata, até mesmo sua aquixilas ou melhor a curva perfeita do seu braço, do seu pescoço e o seu nervo a mostra, da barba que começava a surgir em seu pescoço, os pelos ralos e finos de seu peito, sua pele morena o suor que escorria dela sem pingar, escorria ate sua camisa regata que ja estava com as bordas encharcadas. Aqui estava realmemte quente por conta do fogão, o chapéu para trás surrado escondendo os cabelos negros castanhos. O nariz que casava perfeitamente com seu rosto, o modo com qual seu peito se enchia ao respirar, sua bunda e acurva que ela fazia de modo suave. O imagino nu, sua virilha e a cuva dela com seus pelos que desciam, sua virilidade. Porra o que ele fez comigo? Ou melhor o que o Ricardo se tornou? Tão atraente a ponto de me confundir e me desnortear. Eu queria ser o tomate e estar em suas mãos de fato.

Dou um riso. Nem me lembro o que ele estava falando.

- O que? O que foi? - perguntou ele.

Os olhos cinzentos, a sobrancelha em pé levemente arquedas e grossas, os labios vermelhos rosados como morangos velhos.

- Nada - dei os ombros

- Está duvidando dos meus dotes culinarios não é? - ele me apontou a faca.

Não claro que não, estou achando uma graça você ai... cozinhando. Cozinhando para mim.

- Tô surpreso, Ricardo está um homem muito prendado, ja não é o mesmo garoto tapado que eu conhecia - falei e ele riu

- Sou feito para casar rapaz.

Casar... Sim. Casar...

- Não se gabe.

- Qual é, vai me dizer que tu não casaria com esse partido aqui?

Ele abriu os braços me olhando e se exibindo. E sim claro que casaria, porra iriamos transar todos os dias não haveria problema se você broxasse eu o comia, caso contrário tu me comia, tudo certo.

- Não - respondi e ele riu

- Seus olhos me disseram que sim, eu não vou contestar. - ele falou voltando a cortar o tomate

- Eu não casaria não. Te aguentar todo dia seria um saco.

- Ah você aguenta - ele falou com uma cara de safado.

Pegou a taboa de cortar e se aproximou.

- Ninguém te aguenta não.

- Você agunta - ele resmungou jogando o tomate na panela. Em seguida virou em minha direção jogando a taboa e faca sujas na pia - Claro que aguenta vai me dizer que não me aguenta não?

So então entendi que ele estava falando aquilo no sentido maliciso, fiquei corado, envergonhado sentindo a cara arder... Que merda eu nunca fico envergonhado. Ele lavou as mãos secou no pano de prato que estava em seu ombro.

- Talvez - falei

Ele se aproximou e pegou com a duas mãos em minha coxa, uma em cada perna.

- Talvez? - mordeu os lábios - quer testar para ver se você aguenta?

Fiz que sim hipnotizado pelo seus olhos e labios. Ele me deu um beijo, eu segurei sua nuca e o beijei de volta, ele tava no meio das minhas pernas, senti ele ficando excitado do mesmo jeito que eu estava. Desci a mão ate sua bunda te trazendo mais junto de mim mesmo ele ja estando bem perto.
Ele afastou a cabeça me olhando. Em seguida me olhou com os olhos semi cerrados, eu gostava daquele olhar.

- Deixa eu cuidar de ti? - ele falou baixinho - Depois de tudo que você passou...

Antes que eu respondesse escutamos um barulho na porta do motoclube, ele se afastou voltando para perto do fogão e eu me recompôs fechando as pernas e tentando disfarça.

- Voltei! - disse Savana.

Ela estava com a gente de manhã, disse que ia resolver umas coisas e ja voltava, mas ela precisava voltar agora?

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