Cuidado: Extremamente Frágil

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Era uma cabana velha de madeira no meio da mata que cercava a cidade e as estradas mais estreitas. Era o nosso esconderijo, nosso forte, pensei que aquilo houvesse sido comido pelos cupins que já carcomiam a madeira, mas pelo contrário as madeiras estavam cor creme envernizadas, era como uma pequena casa de um único cômodo.
Rick deixou a moto e eu desci da mesma encantado.

— Você a reformou? — falei risonho.

— Venho aqui quando quero pensar... Eu só dei uma repaginada, não queria que se deteriorasse. Mas as coisas continuam as mesmas.

— Porra...

Ele tirou uma chave e abriu o cadeado da corrente que prendia a porta ainda dos mesmos bambus velhos.
E eu entrei primeiro.
Eram as mesmas coisas intocáveis. Havia uma bancada, mas tambem agora havia uma "cama de casal", algo como um colchão e palhetas de madeira no canto, antes havia um rede.
Era como um quarto.
Havia uma mesa de centro a mesma antiga que usavamos de apoio de pés para os pufes velhos que trouxemos em outro tempo, os pufes ainda estavam lá, mas com novos estofados. E uma poltrona.

Atrás da bancada havia um compartimento na parede. Rick se aproximou com um sorriso malicioso.
Fazendo psiu chamando minha atenção. Eu ri.
Ainda estavam lá.
Eu escondemos revistas pornôs naquele local, roubavamos ou compravamos escondido nas bancas... Mesmo sendo ilegal para menores.

Ele não abriu a portinhola do compartimento apenas apontou indicando que ainda estava ali.
Mas o que me chamou a atenção foi algo a lado da bancada, o velho rifle de caça.

— Caraca ainda está aqui! — falei me aproximando encantado com o rifle.

Peguei o mesmo, era o antigo rifle, com base de madeira e ferro, a na madeira escrito Rick e logo em baixo Dan... Nos também roubamos esse rifle.
Éramos terriveis uma dupla de criminosos inofensivos de delitos que cometiamos quando jovens.
Bebiamos bebida alcoólica, tomávamos escondidos.
Roubavamos balas dos baleiros que víamos.
Compravamos revistas pornográficas ou roubava de outros homens no Moto Clube.
Roubamos um rifle de um homem, na verdade ele esqueceu e pegamos para nós, ele deu falta depois mas ja haviamos trago para nosso esconderijo.

— Ainda sabe usar?

— Acho que sim — falei levantando o rifle.

Ele então saiu em silêncio e eu fui logo atras, com o rifle.
Tinhamos o hábito de brincar de tiro ao alvo.
Roubavamos munições no Moto Clube mesmo até depois do dia em que fomos pegos. Mas não deu em nada, só reduzimos o furto.
As vezes pegavamos um projétil para cada. Para brincamos de tiro ao alvo.
Pegavamos latas, copos fazíamos uma barricada e atirava.

Essa barricada ficava atrás da casinha onde um pequeno lago existia.
Mas agora não havia mais, o lago pequeno estava seco, ou melhor recheado de grama verde e cresciam pequenas árvores.

— O que houve com o lago? —  pergunto como se não fosse óbvio a resposta.

Rick entortou um bico com os labios e deu os ombros.

— Secou.

Me aproximei da barricada que montamos, montamos com escombros velhos. Era pequena e agora inútil, antes não tinhamos força para o recuo da arma, por isso apoiamos a arma sempre ali.
Levantei o rifle do modo que eu me lembrava.
Rick me olhou e se aproximou meio acanhado.
Ele veio por trás de mim e me endireitou, ajeitou minha postura, fazendo eu mirar num CD reluzente pendurado por um barbante no galho de uma arvore antiga, ja sem folhas, talvez morta.
Dava para sentir sua respiração solene em meu pescoço de modo suave e  arrepiante.

Nos peduravamos os alvos e por isso havia alguns barbantes velhos ainda na árvore. Deixavamos CDs, copos tudo pendurado. Gostavamos de desafios e quando pendurados o vento batia se tornava difícil de acertar.
Ele estava muito próximo.
Sua mão desceu pelo meu braço e segurou em minha cintura. Me senti desconfortável.

— Se concentra — ele sussurrou quando tentei o olhar.

Limpei a garganta.

— Isso é... Estranho.

—  Quer que eu pare? — ele falou baixinho com seu lábio quase tocando meu pescoço.

Sua barba passou de modo sutil pela minha pele e senti o ar de sua boca me fazendo arrepiar ainda mais.
Me acanhei.
Sim, eu queria que ele parasse.
Não, eu não queria dizer para ele parar.
Eu não sei estava confuso.
Apertei o gatilho.
Acertei o CD.

Ele me soltou no exato momento e me virei rindo.

— Bum! Porra sou muito bom.

Ele riu.

— Eu vi, foi certeiro. Pensei que tivesse esquecido como usar uma dessas.

—  Ta tirando po!

Ele se encostou sentando na barricada em minha frente com um olhar brilhoso. Agora parecia o Rick de antes.
Eu baixei a arma.

— É realmente você ficou animado... —  ele olhou para mim erguendo a sobranselha em seguda para meu pau.

Eu estava ereto, e por algum motivo eu senti a excitação, mas minha cabeça estava negando aquele ato.
Fiquei corado.
Ele me olhava com a cebça um pouco inclinada com um quase sorriso malicioso.

— Pensei que não curtisse essas paradas. — ele continuou.

Puxei a blusa tentando tapar a vergonha de estar com algo amostra, mas o moleton dificultava tudo.

— Sei lá mano, se alguém falar no seu cangote tu não fica duro? Acho meio difícil.

— Isso explica por que homens têm medo dos outros. Preferem tratar tudo na brincadeira, ou surtar em cenas iguais essas... Eles têm medo de ficar duro. Entendi — disse ele debochando.

Dei um riso acanhado.

— Para com isso cara.

Me aproximei sentando na barricada ao seu lado

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