O plano

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***
— Vocês estão diferentes. — disse ela revirando a comida com a ponta do garfo. —  O que estão aprontando?

—  Que?

— Qual foi? —  respondeu Rick —  Estamos de boa Savana

Ela colocou o garfo na boca cheio de arroz depois apontou o mesmo vazio em nossa direção.

—  Sei, aí tem... Eu sei — disse ela

Rick deu um riso.
Desfarçadamente tirou a mão da mesa e pegou em minha coxa, eu estava ao seu lado, Savana a nossa frente. Estavamos sentados na mesa da sala de reunião. Era impossível que ela visse a mão dele em minha perna ao outro lado, mas fiquei assustado quando a mão de Rick começou a subir então -lhe dei um tapa fazendo um estalo: pleft.
Savana que olhava para o seu prato me olhou e Rick tirou sua mão rapidamente.

—  Um bicho... Merda... Cidade pequena é cheia de inseto. — reclamei

Rick não aguentou, deixou escapar uma tosse risonha. E eu segurei a risada evitando não o olhar.
Merda, ele era um babaca. Eu estava apaixonado por um babaca.

— Vão me contar o que está acontecendo ou vou ter de dar uma surra nos dois?

— Não é nada Savana.

— Eu odeio o fato de vocês voltarem a ser amigos... Vocês sempre foram cheios de segredinhos. — ela disse com um certo riso — Dois manés.

Ela balançou a cabeça voltando a olhar para sua comida. Meu prato estava quase vazio e Rick ja havia terminado. Ele colocou novamente a mão e minha perna, em minha coxa, e foi subindo.

—  Para, filho da puta! —  falei sem emitir nenhum som.

—  Deixa vai — ele respondeu e eu li seus lábios.

Savana se levantou e rapidamente fingimos não ter acontecido nada.
Ele tirou a mão e eu fiz cara de janela. Ela saiu da sala levando o prato vazio de Rick.

—  Termina e me da para eu lavar —  ela falou para mim.

— o.k — resmunguei.

Quando ela saiu Rick foi rápido e me agarrou.

— Ei, ei, ei. —  falei tentando o empurrar mas não resistindo a sua boca quente em meu pescoço. — Para com isso — sussurrei cedendo um beijo.

— Eu estou ficando louco...

—  Quer me dar né?

— Quero — disse ele enfiando a cabeça em meu pescoços — Quero tudo contigo.

— Eu também mas não agora cara... Te controla.

—  Seu cheiro Dan... É tão bom o que voce usa?

—  Apenas desodorante — falei o empurrando e ele retornava para cima de mim insistindo. — E você?

—  Creme pós barba ou sabonete... Desodorante também.

—  Mentira esse seu cheiro não é sabonete... — O cheirei aproveitando para passar a lingua em sua pele.

Estava com um leve gosto de suor. Fiz uma leve careta e afastei.

—  Urgh suor? —  ele falou ao ver minha cara e deu um riso —  Para de drama, você não vai fazer essa cara quando eu estiver suando contigo na cama.

Dei um riso.

— Nessa hora vai passar despercebido. E já vou ter lambido coisa pior...

Ele riu.
Eu ri.

— É...

— Você tem cheiro ácido... De perfume... Aqueles afrescos e masculinos.

— Não gosto de perfumes.

— Cheiroso naturalmente olha...

— Dois banhos por dia resolvem muita coisa.

Dei um leve riso.
Ele também.
Veio para cima de mim e eu o beijei.
Escutamos um barulho que vinha da porta, um estalido olhamos rapidamente não havia nada ali. Eu o empurrei devagar.

— Qualquer um pode nos ver aqui. Vamos parar —  sugeri.

—  Saco, qual o problema?

— Nem eu sei.

Empurro o prato. Eu não havia terminado mas também não queria mais comer.

— Como estava a minha comida?

— Muito boa, de verdade... Gostei.

— Imagina minha outra comida então.

Eu ri ficando sem graça.

— Qual é? — resmunguei

— Vamos fugir essa noite não iremos a corrida.

— Todos vão até seus pais... É uma pessima ideia.

— Por isso mesmo acho uma boa ideia...
Podemos ir para nosso esconderijo.

— E passar a noite la?! Tô fora tem nem banheiro naquilo.

— Claro que tem, eu reformei, você nem se quer olhou direito.

Respiro fundo.

— E pequeno o suficiente para nós dois. — ele acrescentou

— E perigoso. Qualquer um pode arrombar aquilo.

— Levamos nossas pistolas. Qual foi? Não quer é só dizer, precisa ficar inventando desculpa não!

Ele respondeu emburrado.
E eu queria e não queria ir. Eu sabia o que aconteceria se eu fosse e eu não sabia se e eu estava realmemte preparado para aquilo, tipo dar o rabo... Eu ate curtiria uma putaria, mas dar as portas dos fundos não seria legal creio ou se eu queria aquilo com ele agora.
Era eu beijar ele que eu queria, mas pensando melhor sem sua boca eu estava inseguro.

— Ta legal. Nós vamos...

— Isso! — ele falou comemorando de punhos cerrados.

Amores & MotoresOnde histórias criam vida. Descubra agora