Casar

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O sol ja havia nascido, senti algo bater em minha cara.

— Coloca a roupa precisamos ir...

Rick disse e já estava arrumado.

— Aconteceu algo? — falo despertando assustado.

— Não sei amor — ele me deu um beijo — Desculpa te acordar assim... Meu pai ligou um milhão de vezes, e consegui falar com ele... Enfim. Precisamos ir.

Me arrumo rapidamente.
Deixamos a cabana solitaria, ele já havia dobrado os edredons, já estava tudo feito para voltarmos para casa.

Sr. Ju e Tata estavam sentados no sofa, pareciam já nos esperar, suas caras não estavam tão boas. Eu estava constrangido pois querendo ou não Rick e eu haviamos aprontados, como quando eramos mais novos.

— Senta os dois... — ordenou Tatá

Executamos o pedido como cães treinados.

— Aconteceu algo? — perguntou Rick.

Ju fez uma careta.

— Apenas uma conversa. — respondeu.

Mesmo sendo apenas uma conversa eu estava nervoso feito uma criança. Já Rick parecia mais tranquilo.

— Conversei muito com sua mãe e sabe... Isso que vocês tem é algo bonito, realmente bonito. E raro, acho que já tive a sensação de me apaixonar por melhores amigos. Mas sabe bunda de macho nunca foi minha praia.

Ele riu. E Tatá o olhou incrédula. Ju rapidamente se recompôs envergonhado.

— Quer dizer... Tá tudo bem meninos. Não precisam se esconder. A gente vai continuar amando vocês afinal já temos nossas vidas feitas. Não devemos nos meter na de vocês.

— Não queria que vocês fossem embora — disse Tatá caindo em lágrimas — Eu sei que vocês vão ficar juntos independente de tudo, mas não queria que fossem embora de casa.

— Mãe qual é? Po... — retrucou Rick.

— Vocês podem casar e vir morar aqui... Não quero ficar longe da Manu , nem do Dan, nem de ninguém — resmungou ela

No final a cena era assustadora e fofa. Tatá ja era uma mulher vivida, e acho que no fundo mesmo casada todos nos temos medo de ficar sozinhos. Mas Tatá era uma mãe coruja e vó coruja, queria tudo embaixo de suas asas e perto para que ela pudesse ver.

— Tá tudo bem mãe... — Rick segurou minha mão. — Mas Daniel e eu quermos nosso espaço sabe? Ou nossa privacidade. Po não da para foder com você interrompendo.

Tatá deu um riso limpando as lagrimas.

— A gente fica aqui até casar... Então depois tomamos um rumo.

— Casar? — resmunguei para o Rick.

— Claro se o Daniel quiser casar comigo —  ele falou apertando minha mão.

Aquilo era um pedido?
Ou um suposto pedido?
Que merda era aquela?

Talvez o aperto em minha mão fosse um sinal. Mas qual?

— Tudo bem — Tatá se conformou limpando as lagrimas.

— Havera festa no clube hoje... Ganhamos a corrida. Vai ser mais tarde. Vamos fazer um almoço curtir um pouco. — disse Ju finalizando a conversa

***

Entramos no quarto após a conversa estranha que tivemos na sala

— Precisamos conversar — disse

— Tá —  respondeu ele de modo despreocupado tirando a camisa

— O que esta fazendo?

—  Indo dormir mais um pouco ainda são oito da manhã.

— Ricardo —  reclamei

Ele me estende a mão.

— Nós vamos conversar, vem deitar comigo.

Segurei em usa mão bufando. E deitamos na cama.

— Isso ta me assustando, tudo muito rápido.

— Daniel. Perdemos metade de nossas vidas longe um do outro, qual o problema em namorar e viver junto sei lá. A parada do casamento pode ser informal.

— Pó Ricardo eu nem sei se quero saca? Eu não sei se gosto da ideia eu estou confuso... Tudo tão rápido

— Logo estaremos velhos de verdade, com os paus murchos então... Melhor aproveitar enquanto sobe...

Dei um tapa com as costas da mão em seu peito.

— Você não me leva a sério.

— Levo amor e eu entendo.

— E depois?

— Bom ontem eu pensei muito no que você disse e tem algo que não contei a você... Quando eu e a Maíra nos casamos compramos a casa que antes era sua, e de seu pai.

Olhei para ele bem sério me virando totalmente na cama parando de olhar para o teto.

— Ta brincando? Porra!

Ele negou a cabeça.

— Você disse que queria que ficassemos no clube pois era a unica coisa que mantinha seu pai vivo... Eu acho que a casa que você cresceu é melhor que o clube. No final e gente casa no clube mesmo é anunciamos a saida dele. Podemos vender ou abrir um bar, ou sei la irmão, algo para nós dois tocar.

— Você está falando sério?

— Sim, e a casa que era dos seus pais esta alugada, então de boa...Vender deogas da dinheiro po... Embolcei uma boa grana para o futuro da Manu e para caso eu precisasse podemos usar um pouco amor

— E as dividas do clube?

— A gente negocia sei lá... Passa ele para alguém que o compre e quite as dividas. Meu pai não vai aceitar, claro, mas sei de alguem que pode fazer isso muito bem.

— Quem?

— Savana.

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