Depois de todo o acontecido saimos da sala de reunião como se nada houvesse acontecido, nos sentamos ao lado externo do bar, onde dava para conversar melhor.
— Falei com Savanna...
— E ai?
— Ela topou e disse que enquanto o meu pai quiser ele que manda, só vai assumir o clube quando ele de fato não o quiser mais, teoricamente fechamos negócio. Vou mandar a ela a papelada, e posso até tentar ajudar a quitar a dívida.
— Boa mano... Boa.
— E você? O que decidiu?
— Decidi que... Vamos ficar juntos. E que vamos criar a Manu. Foda se. Você tem razão ja perdemos tempo de mais e eu gosto de você, você gosta de mim... Cara eu te amo.
Ele deu um riso todo bobo e acanhado.
— Mesmo?
— Aham... Vamos arrumar um trabalho legal e cuidar da gente... Tava pensando em uma oficina, o que acha?
— Você gosta de mexer com automotivos?
— Vamos montar uma, só de motos, é o que entendemos bem...
— Boa.
Ele me acariciou.
— Fico feliz de ter você de volta.
— Estou feliz em estar de volta... — encosto minha cabeça sobre seu ombro.
Ele me acariciou de leve.
— A casa de seu pai tá reformada tem gente morando la... de aluguel. Vou resolver isso o quão antes. Não sei se é uma boa fazer quebra de contrato.
— Nah ta tudo bem... Apenas avise que ira querer a casa quando o contrato acabar. Falta quanto?
— Oito meses.
— Beleza a gente vê o nosso casamento em oito meses.
Após eu falar ficamos em silêncio, ele segurava minha mão e com a outra acariciava meu rosto.
— E a vó da Manu. Acha que ela vai pirar? — pergunto.
— Sabe Daniel. Ela faliu, e sabe que não vai conseguir tirar a Manu de mim, é só uma pobre falida querendo um pingo molhado em sua conta bancária.
— Serio?
— Uhum... E ela ameaça mas não fará nada, minha mãe tem uma prova boa contra ela, as vezes só se irrita contra ela.
— Que prova?
— Ela faliu por ser viciada em jogos e ter um amante. — Rick riu — Minha mãe fotografou ela... Isso a dois anos, ela diz que não tem mais nada e que pode sim processar a gente. Mas ainda sim se ela perder o seu marido o resto da sua fortuna vai aos ares.
Dei um leve riso, era a cara de Tatá aprontar uma dessas.
— Tenho medo... — falo baixinho.
— Do que nego?
— Do futuro, de tudo dar errado...
— Tambem tenho, mas se a gente não cuidar de nós ninguem vai... Eu amo você.
— Também o amo Rick. Você é lindo cara.
Ele riu.
— Tu que é... — ele deu uma longa pausa — Lembra quando éramos criança e brincavamos aqui?
Dei um riso resgatando a memoria.
Sim era doce, não havia perigos, ou havia e não sabiamos, corriamos o pátio todo, entre as motos, entre os pilares de madeira, eram almas jovens e incentes, sorrisos banguelas ou sujos de chocolate e outros doces que compravamos, eram ralados nos joelhos vernelhos e esfolados aos chão, eram cuidados de mais um com outro.
Quando ficamos jovens, sentavamos aqui, nas escadas de entrada do moto clube, eu Rick, Maíra e Savama, com nossos cadernos, e risos bobos que eu vou sentir falta para sempre, Savana com seus óculos enormes, Maíra com os cabelos curtos cor de mel com grandes sorrisos, Ricardo com seu jeitão descolado, e eu com toda segurança do mundo e nada descolado, mas o engraçadão. Savana sempre de vestido, meia calça e sapatilhas, Maíra de roupas comuns e as vezes decotes para mostrar que ja era uma moça, e eu e Rick não nos importavamos muito mas nós vestiamos como nossos pais, blusa de couro, jeans surrados.
Eram tempos que perdi após a morte de meu pai, os olhares bobos, as paixões de Rick e Maíra por mim, um breve triângulo amoroso da dolecencia, a amizade eterna de Savana e Maira, será que Savana sentia algo por ela? Não... Acho que nao, nem Rick e eu sabiamos o que era amar.
Nossa única preocupação era roubar cervejas e cigarros, para fingir ser mais adulto. Eramos um quarteto, nos divertimos com pouco, e lembro de cada sorriso, de casa detalhe dos olhos juvenis. E talvez se eu tivesse ficado nada disso teria acontecido, ninguém teria morrido, de fato e talvez eu e Rick estariamos juntos do mesmo modo. Acho que esse amor é mais antigo do que realmente queriamos que fosse.Foi aqui que tudo se iniciou, e aqui novamente tudo vai se acabar e recriar-se e tenho a certeza de enquanto estivermos um pelo outro seremos felizes.
— Como eu poderia esquecer? — respondo sua pergunta
Ele deu um riso leve.
Como poderíamos esquecer, nossa vida estava nessa cidade e eu devia ficar nela, talvez para sempre ou enquanto durar, o abracei mais forte. Agora nada importava o clube estava cheio e todos podiam olhar para nós brilhar, caindo em amores. Mas a verdade é que todos ali sabiam disso, ja não era novidade que seriamos um casal.
Eu o amava, mais do que eu podia imaginar, e mesmo com todas a dores e sede de vingança eu sabia que fiz a escolha certo.A escolha certa nunca te faz perder tempo, e sim ganhar.
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Queria agradecer a todos que leram. Desculpa a demora para mostar, eu não quero mais estender essa historia se não vai acabar ficando perdida.
A demora çara postar foi por que estou recriando uma historia minha que antes postei no spirit, e agora tô reimaginando a mesma e tals... Vou postar aqui.
Então não esqueçam de me seguir para eu continuar postando historias bobas para vocês. Um abraço forte. Até a proxima.
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Amores & Motores
DragosteDepois de anos Daniel retorna para a velha cidade em que cresceu e reencontra seu velho amigo no antigo moto clube totalmente diferente do que era no passado há quinze anos atrás. Daniel e Ricardo começam uma disputa de implicância, ambos cresceram...