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VAGNER

Eu sou ansioso por natureza, mas com a Laura passando mal assim, minha cabeça já estava a milhão. Quem me conhece sabe, meu sonho da vida toda é casar e constituir família. Uma parte dele, graças a Deus, já conclui, de quebra, ainda ganhei o amor da Joice, porém, falta o meu, né?

Eu sou o cara mais apaixonado do mundo e todo dia esse amor se renova, a Laura é tudo que eu sempre procurei na vida, e não teve jeito, não conseguimos sair da vida um do outro.

Estávamos tomando sorvete, e ela tomando água com gás, uma carinha abatida, olho fundo, chegava a dar dó. Eu to preocupado de verdade com a minha preta, ela não é de ficar assim, tá ligado? Tá sempre ligada no 220v, mas como não para nada no estômago, tá difícil pro lado dela.

Olhei pro relógio e já tava na hora de buscar o resultado.

Vagner: Preta, quer que eu vá buscar e vocês me esperam aqui?

Laura: Não, amor. Vamos juntos. — levantou e deu a mão pra Joice, dei a outra mão pra ela e fomos andando até a clínica.

Entramos, ela pegou o resultado, agradeceu e fomos pro carro.

Vagner: Vai abrir não, cara? — eu olhava apreensivo pra ela, depois de ajeitar a Joice na cadeirinha.

Laura: Em casa a gente abre, amor. — reclinou o banco, tava fraquinha.

Vagner: Tá com medo de quê? — liguei o carro e saímos de lá, em direção ao condomínio.

Laura: De você ter um surto na rua. — riu e eu concordei.

Vagner: É, em casa é mais seguro.

Não demoramos muito e chegamos no apartamento, Joice tinha apagado, botei-a no quarto e voltei pra sala, pouco ansioso, com as mãos suadas, coração acelerado.

Sentei de frente pra Laura no sofá e fiquei olhando pra ela, apreensivo.

Laura: Você tá me assustando, garoto. — deu risada e começou a abrir o envelope.

Assim que abriu, seu semblante pareceu meio confuso, ela abriu um puta sorriso e em seguida, começou a chorar.

Vagner: Amor, que isso?! — estendeu a mão pra mim, entregando o envelope. — Ah, qual foi, eu vou ser pai, meu irmão. — joguei o envelope em cima da mesa, e inclinei o corpo na direção do dela, abraçando-a e enchendo seu rosto de beijos. — Eu amo vocês, porra.

Laura: Eu amo muito vocês! — disse baixo, em meio aos soluços.

Vagner: PUTA QUE PARIU! — dei um grito e ela me reprovou, lembrei da Joice, que estava dormindo. Segurei o rosto dela entre as mãos, olhei firme em seus olhos. — Eu sou o homem mais feliz do mundo, Laura. Você não tem noção.

Ficamos mais um tempo abraçados no sofá, eu estava tão em êxtase que não conseguia chorar, só ria e repetia que ia ser pai e os amava muito.

Vagner: Posso ligar pra minha mãe e contar? — pedia igual criança.

Laura: Você não acha melhor esperar pra ver se tá tudo bem? — concordei com a cabeça.

Vagner: Óbvio que tá tudo bem, tá doido. — dei risada e peguei meu telefone.

Laura: Você é muito apressado. — negou com a cabeça.

Vagner: Será que eu arranjo uma ultra pra amanhã la na clínica? Um encaixe? — peguei o telefone, enquanto ela me olhava rindo. — Vou tentar o desenrolo.

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora