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Entre uma cliente e outra, Vanessa e eu conversamos, ela chorou me pediu desculpas, foi uma coisa doida.

O dia no salão foi tranquilo, graças a Deus, minha dor de cabeça diminuiu e eu tava mais calma.

Fui pra casa andando mesmo, mas minha barriga tava muito pesada, Luiz Felipe tá crescendo muito rápido.

Cheguei em casa e subi direto, tomei banho e deitei com os pés pro alto. Liguei na minha série e esperei o Vagner aparecer, coisa que não demorou.

Vagner: Vanessa vai vir buscar as coisas, né? — concordei com a cabeça. — Minha mãe disse que vai voltar pra casa dela.

Laura: Ela falou comigo. Só lembra que eu não expulsei ninguém, tá? — ele concordou com a cabeça.

Vagner: Troquei mó ideia com ela, me pediu desculpa pra caralho. Ela sabe que tá errada. — dei de ombros, não queria estender assunto. — E aí, filho?! — me deu um beijo na barriga e ficou conversando com ele, que fazia festa lá dentro.

A semana passou tão rápido que eu nem vi. Dona Lurdes ainda tá aqui, estamos meio estranhas, mas acontece. Meu pai sempre disse que a gente só descobre as pessoas na convivência diária, que nem sempre vai ser tudo maravilhoso e eu paguei pra ver.

Hoje é aniversário da minha pitchuquinha, vou fazer um bolinho aqui em casa só pra gente, mas de dia, vou levá-la ao shopping pra brincar, com o Vagner.

Acordei umas 9h, fiz minhas higienes, passei bastante óleo na minha barriga que já tá beeem redondinha e deixei o Vagner dormindo.

Tomei meu café, mandei uma mensagem pra Alice e fui em direção a casa da dona Sônia, remando mesmo, porque dizem que andar é bom pra hora do parto.

Laura: TIA SÔNIA! — dei mó gritão e a Alice logo apareceu na porta.

Alice: Entra, Lau. Joice tá tomando café. — assenti e entrei. — Meu Deus, que barriga linda.

Sônia: Oi minha filha. Meu Deus! Como tá linda. — veio me abraçar e deu um beijinho na minha barriga. — Como tá esse meninão? Muito bagunceiro?

Laura: Ai gente, muito. Principalmente na hora de dormir, se embola todo, uma maravilha. — demos risada. — Cadê minha tchuca que tá fazendo aniversário hoje? — estávamos indo pra cozinha, quando vi que ela estava com o encosto, tomando café.

Boca: Já veio tua mãe te roubar de mim. — revirou os olhos.

Joice: Oi manhê! Meu irmão não vai nascer logo não? — saiu da cadeira e abraçou minhas pernas, olhando pra cima. — Luiz Felipeeee! Tá na hora de nascer, eu quero brincar. — dei risada e balancei a cabeça.

Laura: Ainda não tá na hora, filha. Ele vai demorar mais um pouquinho. — bufou. — Já terminou de comer? Temos um monte de coisa pra fazer hoje, hein.

Joice: Eu sei, eu quero ir logo ver meu tio Vagner, pra gente ir pro shopping porque ele prometeu que a gente ia no carrinho de bate-bate, né? — olhou pra mim e eu concordei. — Pai, você quer ir também? — foi na direção dele.

Boca: Ja falei contigo sobre isso, né filha? Papai não pode ficar dando mole na pista. — deu um beijo na testa dele e ficou murchinho em seguida.

Joice: Eu sei, você falou. Mas eu queria... — fez ensaio pra chorar e o Boca logo travou.

Boca: Pô filha, assim não, cara. — pegou-a no colo.

Joice: Você não pode nem um pouquinho? Só ir no carrinho com a gente? Eu juro sério que é só isso. — encostou a cabeça no ombro dele, começou a chorar e ele me olhou.

Aquela cena me magoava? Claro. Mas assim, o que eu poderia fazer? Eu não sabia o que fazer, eu tava emocionada com aquilo, mas...

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora