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LAURA

Eu tenho certeza que o Vagner ficou bolado com o que o Boca disse na pensão hoje, mas é burrice da parte dele bater palma pra maluco dançar, né? Ele sabe muito bem o quanto as pessoas gostam de provocar, ainda mais quem...

Cheguei morta do salão, implorando por um banho, enjoada até dizer chega, dei um beijo nas meninas e subi direto pro banheiro, passei mal, tomei banho e desci.

Jantamos num clima horrível, dona Lurdes não me deixou lavar a louça, então, fiquei na sala brincando com as meninas, até dar sono na Joice, Manu pediu pra dormir lá em cima com ela e eu fui com as duas pro quarto, contei uma história e elas apagaram. Eu amo tanto essas crianças, cara. Meu coração chega a doer!!

Cheguei no meu quarto e o Vagner tava pro banho, botei no jogo do Flamengo e fiquei assistindo.

Vagner: Ta quanto isso aí?

Laura: Flamengo 2, esse outro com nome difícil, zero.

Ficamos comentando sobre o jogo, ele sentado na beirada na cama e eu recostada. Gosto muito de futebol, mas ultimamente, não tenho acompanhado.

Laura: Me diz uma coisa...

Vagner: Hm?

Laura: Olha pra mim, ué. Sabe que eu odeio conversar assim. — ele se virou na mesma hora. — O que tá acontecendo?

Vagner: Tô esperando você me contar, po. Que desenrolo é esse que o Boca quer terminar contigo? — eu tive que rir, não teve jeito. — Tá rindo de quê, cara?

Laura: Amor, é sério? Sério mesmo?

Vagner: É, ué. Vai me falar não?

Laura: Não tem desenrolo nenhum. Você sabe muito bem que eu quase não falo com ele e quando falo, o assunto é a Joice. Eu não aguento ficar perto dele por muito tempo, já te falei isso.

Vagner: Ah, mas o cara ia aparecer e falar isso do nada?

Laura: Ia. — fiz uma cara de "isso é óbvio". — Pra te provocar.

Vagner: Valeu, Laura. Ele é maluco agora, então?!

Laura: Vagner, claro que é. — eu não aguentava não rir. — Estamos falando do Boca, cara.

Ele não ficou muito satisfeito, tava estampado na cara, mas não tinha desenrolo nenhum e eu não ia ficar justificando o injustificável, sabe? Uma hora ou outra, ele ia entender, da forma que ele quisesse, claro.

Laura: Vem cá, vem. — chamei com a voz manhosa e ele veio.

Vagner: O que tu quer, cara? — tava segurando o riso.

Laura: Queremos você pertinho, ué. — ele sorriu e encostou a cabeça perto da minha barriga, dando alguns beijos nela.

Vagner: Eu já disse que você tá me ajudando a realizar o maior sonho da minha vida? Que eu amo você e sua mãe mais que tudo nessa porra? — dei um tapinha na cabeça dele. — Desculpa.

Enquanto eu o olhava conversar com ele/a, algumas lágrimas caíram do meu rosto, eu já era sensível antes, imagina agora.

Vagner ficou um bom tempo fazendo carinho na minha barriga, falando algumas coisas e eu, como estava morta, acabei dormindo.

Acordei no susto, quando escutei ele gemendo, gritando, sei lá. Estava tendo um pesadelo.

Laura: Amor? Amor? — eu o chamava e balançava, mas ele continuou. — VAGNER!

Vagner: Oi. Oi.

Laura: Tava tendo pesadelo, né? — concordou. — Vem cá, deita aqui. — passei o braço por baixo do pescoço dele e o ajeitei próximo ao meu peito.

Acordei com o braço dormente, horrível, mas pelo menos conseguimos completar a noite. Levantei atrasada, engoli o café e o Vagner me trouxe no salão.

Cliente: Vai fazer chá revelação, Laura?

Laura: Ai menina, acho que não. No máximo, um chá de bebê, mas quando faltar 2 meses pra nascer.

Cliente: Ah, faz um chá revelação. O que vocês acham, meninas?

Liara: Eu acho justo, mas essa mulher é tão enjoada.

Vanessa: Nem adianta falar com ela. Muito chata. — revirei os olhos pra elas.

Laura: Eu não gostos desses negócios cheios de paparico não, gente. Tá maluco.

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora