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DIAS DEPOIS

Hoje é dia da festa da Joice e eu acordei virada no Zé do boné. Ontem, eu consegui resolver tudo com o pessoal da arrumação, buffet e tudo mais, com a ajuda das meninas, claro. Até porque, sem elas, eu tinha desistido da festa.

Minha família toda tá aqui, graças a Deus. Matei a saudade do meu pai, meus tios e meus primos. A única pessoa que falta, é o meu marido.

Alex: Laura, vem comer!

Laura: To indo, pai.

É estranho e ao mesmo tempo maravilhoso ver o quanto meu pai mudou. Ele parece outra pessoa, e tudo que ele não fez quando éramos menores? Ele faz agora.

Mais tarde, eu já estava toda inchada, com os pés enormes e a festa ainda ia demorar pra começar.

Carol: Prima, vai se arrumar, botar um pouco os pés pra cima, que eu termino de ver as coisas lá com meu tio.

Laura: Ai, você é um anjo.

Carol: Precisa buscar a Joice?

Laura: Não, prima. Dona Sônia vai levar. — subi pro meu quarto, botei o celular pra despertar e simplesmente apaguei.

Acordei com o telefone berrando, então, levantei e tava separando minha roupa. Não deu muito tempo, meu telefone tocou e era o Vagner, queria saber como eu estava, como estavam as coisas e perguntou porque a minha voz estava baixa. Ele logo estranha, incrível.

Mais tarde, me arrumei, encontrei com a minha família e fomos pro espaço que tem aqui no morro mesmo, já que os meninos só podem circular por aqui.

Cheguei e estava tudo impecável, a Joice não parava um minuto e sempre com a Carol andando atrás dela, já que eu não podia.

Infelizmente, fizeram uma mesa imensa pra família, ou seja, eu estava na mesma mesa em que o pai dela estaria, mas ok. Hoje não é dia disso.

Eu estava toda inchada, sem posição na cadeira, mas pela minha filha, faço tudo.

O fotógrafo chegou e assim, fomos tirar as foros. Assim que terminamos, fui na cozinha ver como as coisas estavam, se as meninas precisavam de alguma coisa, etcetera. Quando estava saindo, fui parada pelo Boca.

Boca: Você não pode ficar andando pra baixo e pra cima ai não, po. — só dei joia e tentei sair dele. — Quando você vai parar com essa palhaçada e conversar comigo, cara? A gente tem que viver bem pela Joice, po.

Laura: A gente vive muito bem pela Joice, Wellerson. Você no seu canto e eu no meu, isso é viver bem.

Boca: Claro que não, Laura. — negou com a cabeça. — Fica sempre mó climão, parceiro. Eu chego, tu mete o pé. Tu acha que a garota não sente isso?

Laura: Claro que sente, mas eu não deixo de explicar as coisas pra ela. Agora, me deixa sair daqui, que eu preciso sentar. — empurrei ele na barriga, que me olhou torto. — Sai logo, caralho. — me olhou assustado e saiu.

As pessoas não respeitam nem a minha gravidez, né cara? Puta que pariu.

Depois da festa terminada, todo mundo ia lá pra casa, mas a Joice quis ir pra dona Sônia, como sempre e eu deixei.

Estávamos nos despedindo na porta do salão, quando ouvi uma pequena discussão, olhei pra onde vinha o som e era um dos meninos do meu irmão, tomando esporro dele.

Roger: Mas porra, eu falei que não era pra vender, caralho. — ouvi quando me aproximei.

X: Pô, patrão, a mina chegou lá desesperada, uma tremedeira danada, eu só vendi porque fiquei sem saber o que fazer.

Roger: Por isso que tu não sobe de cargo nessa porra, ué. Tu só faz merda, só merda! — encostei no braço dele, que virou assustado. — Pô Laura, sai daqui, sai.

Laura: O que foi? O que tá acontecendo?

Roger: Laura, já pedi...

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora