Eu já estava deitada quando o pessoal foi embora, tava com uma dorzinha chata, tomei banho e fiquei vendo série no quarto.
Já era quase madrugada quando o Vagner entrou no nosso quarto, o cheiro de álcool tomou conta de tudo com muita rapidez.
Laura: Deus me livre, hein! — dei uma reclamadinha, ele me olhou torto e foi pra banheiro.
Voltou pro quarto, mas ainda assim, o cheiro de cachaça tava forte demais. Virei pro lado e cobri o nariz, deixando apenas os olhos de fora.
Vagner: O que que tá acontecendo, cara? To fedendo? — cruzou os braços, em pé ao lado da cama.
Laura: Estou tentando não enjoar, o cheiro de álcool está me incomodando.
Vagner: Tu quer que eu durma na sala? Tem caô não. Duvido que quando o Boca chegava fedendo a cerveja, maconha, essas paradas, tu fazia isso...
Laura: Oi?
Vagner: É isso mesmo que você ouviu, po. — pegou o travesseiro e foi no closet pegar roupa de cama.
Laura: Você vai aonde?
Vagner: Vou dormir na sala, po. Quero te incomodar não. Fica suave, quando eu estiver com cheiro melhor, eu volto.
Laura: Vagner... — respirei fundo. — Eu estou grávida, não sei se você lembra disso. E nessa fase, as mulheres enjoam, eu não to reclamando de você. — disse com toda a calma do mundo.
Vagner: Já é, Laura. — saiu do quarto batendo a porta.
Juro que fiquei sem entender nada, mas eu também não ia atrás, só me cobri, desliguei a televisão e chorei até dormir.
Acordei com um barulho na porta, quando olhei era o digníssimo.
Vagner: Deixa eu deitar ai, dormir lá embaixo é muito ruim. — apenas dei espaço, virando de costas pra onde ele deita e não disse nada. — Também não precisa fingir que eu não existo, né?
Laura: Vagner, me faz um favor?! Vai dormir, seu mal é sono.
Sabe quando você está naquele cochilo gostoso, quase dormindo depois de arrumar uma posição confortável? Pois é, o Vagner me acordou nesse momento.
Vagner: Lau? — encostou a mão nas minhas costas.
Laura: Hm...
Vagner: Tava dormindo?
Laura: Tentando.
Vagner: Deixa eu te fazer uma pergunta. — fiz joia com a mão. — Vira pra mim, po.
Laura: Eu tava numa posição tão boa, fala...
Vagner: Tu ainda gosta do Boca, né?
Laura: É sério isso? Você só pode estar brincando comigo, né cara. Uma hora dessas... — fechei os olhos.
Vagner: Me responde, Laura.
Laura: É claro que eu não gosto do Boca, cara. Sou casada com você, estamos formando uma família. Você tá achando que eu sou alguma doida? Que faz as pessoas de otário? Não sou não.
Vagner: Então, por quê você fica tão nervosa quando encontra com ele?
Laura: Porra! — bufei. — Porque ele me estressar, eu tenho traumas com ele. Só por isso.
Vagner: Tá bom, então.
Laura: Então... Tá entendido? Tá explicado? — fez que sim com a cabeça e deixou a mão em cima de mim, fazendo carinho na lateral do meu corpo e minha barriga.
Vagner: Eu amo vocês, cara. Sei que eu tô bêbado, que o quanto mais eu falo, mais exala o cheiro de álcool, mas eu não quero perder a minha família, po. Não quero ver tudo que eu mais sonhei, escorrer por entre meus dedos. Sou inseguro pra caralho, você sabe.... — aproximei minha boca da dele, mesmo enjoando com o cheiro, dei um selinho demorado e voltei com o corpo.
Laura: Eu também te amo. Eu não pretendo te deixar, eu não quero que o nosso sonho se desfaça. Vamos dormir, amanhã a gente conversa. — me ajeitei com a cabeça embaixo de dele e fechei os olhos.
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ANDANÇAS - PARTE II
Random(2019) ⚠️ PLÁGIO É CRIME ⚠️ Pra quem acompanhou a história do casal Laura e Vagner, finalmente, a segunda parte chegou. Estão prontos pra mais surpresas?