Acordei cheia de preguiça, era sexta-feira e apesar d'eu ter diminuído meus horários, eu ainda não podia me dar o luxo de ficar em casa.
Laura: Bom dia! — disse ao entrar no salão.
Liara: Bom dia, que cara de cu, hein. — eu ri da forma que ela falou.
Laura: Respeita a minha gravidez, cara.
Vanessa: Já tá na hora da gente começar a ver alguém pra ficar no seu lugar, hein cunha?!
Laura: Vocês estão me expulsando? — fiz bico.
Liara: Claro que não, garota. Mas você precisa cuidar dessa barriguinha, né? Meu neném precisa vir cheio de saúde.
Laura: A gente vai ver sim, mas enquanto minha médica não restringir o meu direito de ir e vir, eu vou estar aqui. — demos risada.
Depois que eu fiquei grávida, todo mundo quer me controlar, sabe? Eu sei que é cuidado, mas gravidez não é doença, eu não morri. Faço minhas consultas direitinho, sigo tudo o que minha médica fala, então, sei o que posso fazer ou não.
Laura: Tô saindo pra almoçar, hein.
Vanessa: Ué, vai sozinha?
Laura: Vou.
Liara: Tem certeza, Lau?
Laura: Ué gente, tenho. Vou ali na dona Rosa, daqui a meia hora to de volta. — peguei o dinheiro, o celular e saí.
Eu já estava bem pesadinha, andava remando pelas ruas, às vezes ria sozinha de mim, já que eu sempre andei muito rápido.
Cheguei na dona Rosa e parecia reunião de firma, todos os meninos estavam lá, incluindo o meu irmão, o Boca e o João. Passei pela mesa, Roger me mandou beijo, devolvi e fui sentar numa das últimas, pra não ter que ficar vendo ninguém.
Eu sempre gostei da minha própria companhia, sempre fui fã de fazer as coisas sozinha, de ser independente, então, não era problema nenhum pra mim, almoçar ali, eu, Deus e meu pedacinho.
Estava distraída, olhando a televisão e almoçando, quando o meu irmão sentou na minha frente pra conversar.
Roger: Tá grandona, hein.
Laura: Imensa, né? E remando. — rimos.
Roger: Dei o papo pros moleque já, vamo fazer o possível pra Sheila não comprar aqui, mas o foda que tem nego pra vender na encolha, né?
Laura: Rô. — me reprovou, porque ele detestava esse apelido de infância e eu ri. — Só de diminuir, de saber que todo mundo já tá ligado na situação, eu já fico mais calma. Eu não sei como ela está, eu não vi, mas a Liara e a Vanessa estavam desesperadas, então... O estrago deve ter sido grande.
Roger: Eu já tava ligado nessa ideia, mas ela tava dormindo na pista, po. Tava mendigona, largou casa e tudo aqui.
Laura: Por que você não me falou?
Roger: Eu ia saber que tu tava preocupada, Laura? A mulher pintou com vocês lá, pra mim, tu queria que ela sumisse mesmo.
Laura: Ela vacilou? Vacilou, mas me admira você pensar isso de mim, sabe que eu não desejo o mal pra ninguém, cara.
Roger: Não é desejar mal, po. É só não querer saber. — deu de ombros e eu não disse mais nada.
Mudamos de assunto e começamos a falar do meu pai, que ele queria ir na casa dele e eu fiquei sem entender nada. Roger não gosta de sair daqui, eu hein.
Boca: Bora trabalhar, po. — chegou perto da mesa e falou com o Roger.
Roger: Tá se criando tu? Sai do meu colo. — levantou e me deu um beijo na testa. — Vou lá te ver esses dias, levar um presente pro meu sobrinho. Aliás, é sobrinho ou sobrinha?
Laura: Ainda não sei, to esperando o Vagner vir pra gente descobrir. Mas, acho que é menino.
Roger: Tomara que seja um molecão mermo, jogador né? — riu e o Boca estava do lado dele, me olhando. — Não me chamou pra ir trabalhar, filha da puta. Bora! — deu dos tapas no ombro dele.
Boca: Valeu, Laura. — virou pra sair.
Laura: Valeu. Ô Wellerson... — virou assustado e todo mundo parou. — Eu hein. — reclamei. — Aqui, essa semana vou resolver as coisas do aniversário da Joice com a sua mãe e depois ela te passa tudo.
Boca: Não importa o valor, vou pagar tudo. Vê o que vai precisar e fala comigo. — deu ênfase no comigo e saiu de lá.
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ANDANÇAS - PARTE II
Random(2019) ⚠️ PLÁGIO É CRIME ⚠️ Pra quem acompanhou a história do casal Laura e Vagner, finalmente, a segunda parte chegou. Estão prontos pra mais surpresas?