Fiquei por algum tempo parada ainda, dona Sônia, continuava a falar, mas eu não ouvia nada, meu corpo estava ali, mas eu já tinha ido embora correndo.
Laura: Tia, preciso ir. — levantei num pulo. — Preciso resolver umas coisas aqui e já tá bem tarde.
Sônia: Calma, minha filha. — neguei com a cabeça, dei dois beijinhos rápidos nela e guiei doida da cozinha.
Laura: Tchau, filha. Tchau, Alice. — passei como uma bala na sala.
Boca: Coé Laura. Tá com pressa de que? Me viu aqui não?
Devo ter respondido, sumi fácil daquela casa. Cheguei em casa botando os bofes pra fora, nunca fiz esse caminho tão rápido, Deus que me perdoe, vim o tempo todo achando que ele ia vir atrás de mim.
Saí correndo pro banheiro social e botei tudo que eu não tinha pra fora.
Fiquei um bom tempo lá e o mal de morar sozinha é isso, não tem quem te socorra. Não tem pra quem gritar, nada.
Liguei pra Vanessa, que era quem morava mais perto de lá e ela me atendeu no primeiro toque e antes que eu terminasse falar, ela desligou e disse que já estava vindo.
Vanessa: Cunha? — entrou lá em casa gritando.
Laura: Oi. Tô no banheiro aqui de baixo. — tentei gritar.
Vanessa: Garota! O que aconteceu? — seus olhos estavam arregalados.
Laura: Nada, só vim correndo pra casa. — eu estava sentada no chão do banheiro.
Vanessa: Veio correndo por quê, cara?
Laura: Eu fui levar a Joice lá na avó dela, perdi a hora conversando e aquele cara lá chegou. — disse com a voz trêmula. — Me deu uma sensação muito ruim, não sei explicar, saí correndo de lá.
Vanessa: Laura, pelo amor de Deus. Quando for assim, me liga! Você não pode ficar fazendo essas coisas não, cara. Tu tá grávida, tá maluca? — fiz joia pra ela, porque não ia adiantar nada a falação na minha cabeça.
Saí do banheiro mais calma e ela me ajudou. Enquanto eu tomava banho, a doida fez até janta pra mim. Muito maravilhosa essa minha cunhada.
Laura: Não precisava, amiga. — disse ao entrar na cozinha.
Vanessa: Claro que precisava. Quer que eu durma aqui?
Laura: Não, amiga. Não precisa!
Vanessa: Então tá bom, mas se precisar, você me liga? — fiz que sim com a cabeça. — Liga mesmo, por favor.
Acordei cedo, de lei, fiz minhas higienes, tomei meus remédios, me forcei a tomar um suco de soja e fui pro salão.
O movimento foi babado, eu fiz tanta unha que nem tava enxergando mais.
Liara: Como você tá se sentindo, amiga? Nem contou direito pra gente.
Vanessa: É mesmo. E ainda me deu um susto ontem.
Laura: Ah gente, é tanta coisa pra pensar, pra fazer, não sei. Eu to feliz, o Vagner, então, nem se fala... — demos risada e a Vanessa concordou. — A Joice aceitou super bem, tô feliz.
Liara: Eu estou ansiosa pra saber o sexo e nem quero saber de Milene disputando vaga de madrinha comigo, porque Vanessa já é tia, né? — Vanessa revirou os olhos.
Laura: Gente! Para, hein. — dei risada. — Vamos fazer algo depois que terminarmos aqui?
Vanessa: Voce não pode beber, cara.
Laura: Eu sei, né?! — revirei os olhos. — Mas vocês podem e eu não to doente, posso comer, posso tomar um suco, ver gente. Eu hein.
Fechamos o salão e fomos pro nosso barzinho de lei, a praça tava lotada e não tinha um que não me olhasse. Eu não ligava, estava cem por cento nem aí mesmo.
Pedimos tudo e ficamos conversando, até o meu irmão aparecer. Eu ainda não tinha o visto, nem ele, nem minha afilhada e nem minha cunhada.
Roger: Andar a toa pode, né? Mas ver seu irmão, nunca mais. — veio rindo e eu logo levantei pra abraçá-lo. — E esse neném aí, tá tudo bem? — concordei.
Laura: Vocês podiam ter ido me ver também, né?
Roger: Sabe como é essa correria, né? Mas aqui, sábado vou agitar um churrasquinho pra nós lá. — virou pras meninas — Vocês estão convidadas também. — me deu um beijo na testa e saiu.
Não dá, pode passar o tempo que for, que as meninas sempre vão babar e ficar nervosas com a presença do meu irmão. Acho isso super engraçado...
Já estávamos há algum tempo lá, até que comecei a me sentir mal. Pedimos a conta, mas quando fui pagar, alguém já tinha pago.
Laura: Como assim? Foi o RD? — perguntei pra menina do balcão.
Menina: Não, não. — ficou meio sem graça.
Laura: Foi quem, então?
Menina: Pediu pra não contar...
Laura: Eu hein. Tá bom! — dei de ombros, mas não gostei muito.
Voltei pra encontrar as meninas, contei pra elas e tiveram a mesma reação que eu. Todo mundo ficou sem entender nada, até porque, sempre bebemos lá e isso nunca aconteceu.
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ANDANÇAS - PARTE II
Random(2019) ⚠️ PLÁGIO É CRIME ⚠️ Pra quem acompanhou a história do casal Laura e Vagner, finalmente, a segunda parte chegou. Estão prontos pra mais surpresas?