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Eu já tinha estava cochilando, quando a Carol chegou lá em casa, altíssima, falando pelos cotovelos.

Carol: Prima, tá precisando de alguma coisa? — falava e ria ao mesmo tempo.

Laura: Eu não, garota. — dei risada. — Já botei Luiz Felipe pra dormir. Mas me fala, como foi lá?

Carol: Garotaa, que maravilha. — se jogou na minha cama. — Eu tô até assada, tirei todas as teias possíveis daqui.

Laura: Tomou banho, né? Porque pra estar deitando na minha cama, com cheiro de sexo, você só pode estar maluca. — gargalhamos.

Carol: Sou nenhuma porca, cara. Claro que tomei.

Ficamos mais algum tempo conversando e eu desabafei com ela sobre a Joice, com essa história de querer morar com o Wellerson.

Carol: Por que não experimentar isso, prima?

Laura: Ah Carol, pensa... Se eu já não consigo controlar a Joice com ela morando comigo, imagina ela morando lá?

Carol: Isso é, mas você também não pode ficar se aborrecendo com isso. Vai dar um treco aí e depois?!

Laura: Amanhã, na hora do almoço, vou lá conversar com a dona Sônia.

Carol: Sim, faça isso, mas não vai levar o Felipe. — fiz cara de que não havia entendido. — Ele é muito novinho pra ficar no meio desse estresse todo, eu fico com ele aqui. Afinal, to ficando aqui pra te ajudar.

Eu não consigo ficar sem fazer nada, né. E quando fico ansiosa, as coisas pioram. Acordei cedinho, e fui dar uma faxina na casa, enquanto a Carol dormia e o Luiz ficava no bebê conforto, me seguindo pra todos os lugares.

Carol: Por que você não me acordou pra te ajudar? — disse com o tom de voz ainda de sono.

Laura: Você precisava descansar. — sorri.

Carol: Tá acordada desde que horas? A casa toda arrumada já. — negou com a cabeça. — Vou fazer o almoço.

Laura: Desde bem cedo. — dei risada e fiz joia pra ela. — Vou dar banho nele, dar mama e tomar o meu.

Depois do almoço, dei uma descansada, tirei um pouco de leite, deixei tudo separado pra Carol e fui pra casa da dona Sônia.

Chamei algumas vezes e fui recebida pela Alice.

Alice: Não acredito que não trouxe aquele príncipe pra gente conhecer pessoalmente. — disse depois que nos soltamos do abraço.

Laura: Ele tava dormindo, deixei quietinho com a Carol. — sorri e entramos.

Sônia: Ai, minha filha. Como você tá? Que saudade de você. — me deu um abraço demorado. — Vem, vamos ali na cozinha, tô preparando um bolinho pra mais tarde.

Uma coisa é certa: sempre tem bolo na casa da dona Sônia. Não sei como as pessoas não enjoam, sério. Mas não tem como, ele cozinha bem demais, eu amava quando ela mandava bolo pra mim, na gravidez.

Laura: Ai tia, preciso conversar sério com a senhora.

Sônia: Eu imagino, pode falar.

Laura: Eu não tenho mais paciência com o Wellerson, esse comportamento dele me tira do sério. Já tentei falar com ele um milhão de vezes na boa, mas agora, acho que eu preciso ser grosseira. A Joice não me respeita mais e o fato dele não a repreender, não brigar com ela, reforça isso tudo. Eu preciso de ajuda. — respirei fundo. — Agora, ela quer morar aqui, me chamou de chata ontem e disse que eu só sei brigar com ela.

Sônia: Tenho notado mesmo a mudança de comportamento dela, ela anda um pouco sem limites, respondendo muito. Mas eu acho que isso é ciúme do Luiz Felipe.

Laura: É, tia. Pode até ser, mas se eu conversar sozinha com ela e não tiver ajuda, vai ficar impossível.

Boca: O que vai ficar impossível, Laura? — chegou e botou a peça na mesa.

Sônia: Wellerson! Eu já falei que não gosto dessas porra na minha mesa, vai guardar essa merda em outro lugar.

Boca: Já é, mãe. Já é. — pegou e botou de volta na cintura. — O que vai ficar impossível?

Laura: A criação da nossa filha...

Boca: Ué, mas qual foi? Não tá tudo de boa?

Laura: De boa pra quem? — me alterei. — Só se for pra você que é imaturo, infantil e inconsequente.

Boca: Qual foi da grosseria, Laura? To falando na moral contigo.

Laura: Eu cansei de falar na boa com você, ué. Eu cansei!

Boca: Tu não vai se crescer pra cima de mim aqui em casa não. — meteu bronca e eu sustentei o olhar no dele.

Sônia: Você é que não vai. Ela tá certa! Não adianta ela falar uma coisa e você falar outra. Daqui a pouco, Joice não respeita nem você.

Boca: Se mete não, mãe. Filha é nossa, po.

Laura: Mas quem fica com ela quando você tá na gandaia? Quem é que leva pra escola? Faz comida? Da banho? Tu não faz nada, só quer ser papai de status e ficar metendo marra do que não é pra essas putinha que você come.

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora