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Acordamos relativamente cedo e fomos ao mercado, na volta, paramos na dona Sônia e eu chamei algumas vezes, vi que a moto do nojento tava encostada na garagem e revirei os olhos.

Chamei mais algumas vezes e uma mulher seminua veio me atender.

Laura: Oi? — fiquei totalmente sem ação. — Quem é você mesmo?

Mulher: Eu que te pergunto, né querida?

Laura: Eu tô chamando a dona da casa e tenho certeza que não é você.... — fui interrompida.

Boca: Colfoi Laura, tá me acordando por quê? — apareceu ele, atrás dela, só de bermuda e com cara amassada.

Laura: Eu vim buscar minha filha, cara.

Boca: Minha mãe ainda não chegou da igreja não, po. Mas hoje não é dia dela ficar comigo?

Laura: Aham, mas combinei com sua mãe que vinha buscar.

Boca: Qual foi?! Já não falei que é pra desenrolar comigo?

Laura: Wellerson, eu quero nem papo contigo, já é? — virei as costas, ele segurou meu braço, mas logo soltei. — Vou esperar dona Sônia com a Joice lá fora.

Voltei pro carro e o Vagner já estava com o semblante preocupado.

Vagner: Já ia atrás de você. Cadê a Joice?

Laura: Sem necessidade, amor. — encostei no banco. — Deve estar voltando da igreja com a avó dela, quem me atendeu foi aquele ridículo.

Vagner: Tá puta assim por quê? Ele te fez alguma coisa?

Laura: Não fez não, ele só me estressa mesmo. — fez uma cara de "hã".

Mudamos de assunto e logo a dona Sônia apareceu com a Joice. Saí do carro e a pequena veio correndo me encontrar, abraçou minhas pernas e me inclinei o máximo que pude pra dar um beijo na cabeça dela, já que eu não podia abaixar.

Sônia: Desculpa a demora, minha filha. — nos cumprimentamos com dois beijos.  — Teve café da manhã na igreja, aí fiquei conversando com uma irmã e perdi a hora. Vou lá dentro buscar a bolsa dela.

Laura: Tudo bem, sem problemas. — sorri. — Não precisa buscar as coisas dela não, depois eu pego. Dá tchau pra vovó, filha. — Joice deu um abraço apertado nela e fomos pro carro.

Vagner: E aí, princesa do tio. — ela foi logo se jogando pra cima dele. — Tava com saudade, né?

Joice: Tiooo! "Tavo", né? Olha bem. — ele fez cócegas nela.

Vagner: Agora, senta direitinho aí pra gente ir pra casa comer churrasco que você ama.

Chegamos em casa e a Joice saiu correndo em direção a Manu, zero ideia que ela me deu. Um tempo depois, Vanessa apareceu com o bofe e meu irmão chegou também.

Os meninos foram vendo as coisas na churrasqueira e a gente na cozinha, minha sogra fez uma salada de macarrão divina, coisa que eu amo.

Eu tava levando as coisas pra varanda de fora e percebi o Vagner com a cara meio fechada, tomando uma cerveja.

Laura: Que foi, amor? — dei um selinho e ele retribui meio xoxo.

Vagner: Nada não, to só pensando aqui.

Laura: Em que?

Vagner: Nós. Nossa vida. Nossos filhos. — olhou pra Joice brincando com a Manu e sorriu.

Mais tarde, estávamos todos comendo, bebendo, comemorando, tudo uma maravilha. Graças a Deus! Sentei perto da Liara, que olhava as crianças brincando.

Liara: Cara! Tu tá feliz com a família do Vagner morando aqui? — meteu serinha, do nada. — Às vezes, eu acho que não tá, sabe por quê? Porque parece que é você que mora com elas, não elas que moram com você. Entende?

Laura: Ih amiga, tem nada a ver não.

Liara: Tu acha que vai sustentar mentira comigo? — riu e negou com a cabeça. — Não vai, né.

Laura: Sai dessa, cara. Eu tô de boa, quase não fico em casa mesmo.

Liara: Justamente por isso. Você sempre gostou de ficar sozinha, ter seu espaço, agora, você não tem lugar pra ficar sozinha. Sem contar, que se você e o Vagner discutirem, tu não tem o direito de xingar ele, surtar, nada. Porque tá todo mundo aqui... — eu só escutava, porque pensando por esse lado, até que ela tá certa. — Eu sei que você vai precisar de ajuda quando o Luiz Felipe nascer, mas com a Joice você sempre tirou de letra, e olha que ficava muito sozinha, hein?! Tem que ver legal isso. Você não tem privacidade...

Laura: Tá, amiga. Eu vou ver... — deu risada e ela continuou séria.

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora