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DIAS DEPOIS
BOCA

Depois do meu corretivo, fiquei um tempo afastado, não vi nada do casamento da Laura, fiquei mortão por um bom tempo. E tá ligado, isso mudou tudo na minha vida, papo é reto. Tô novo, sou um outro homem agora.

Nesse tempo, eu fiquei com a Carla, ela me fortaleceu legal, fechou mermo, mas não era dela que eu gostava. Garotiei quando larguei minha família na crise, quando deixei tudo pra trás e não tentei mais uma vez. Piorei as coisas quando tentei prender a Laura na minha vida e deu no que deu...

Os bagulho acontecem e eu fico só observando, não posso falar nada, nem meter o louco e ir atrás dela, tá ligado? Dente me aliviou porque eu tenho uma filha, e RD já deu o papo, ideia minha com a Laura, só a Joice. Mas de coé, tem hora que eu não consigo.

Tava tirando serviço na loja, porque até meu cargo perdi, depois das mancadas que dei, quando vi o carro dela passar. Sem caô nenhum, coração balançou mermo, parceiro. Essa doida sempre vai ser a mulher da minha vida, tem jeito não. Fiquei mó tempão olhando o carro, até que ouvi uma barulhada lá dentro.

Boca: De qual que é? — levantei escaldado e vi um monte de coisa no chão.

MD: Esse comédia do Chumbo, po. Mão de alface do caralho. Mandadão.

Boca: Sempre ele, né? Só faz merda. — neguei a cabeça e voltei pra calçada.

MD: Qual foi, Boca. Viajando ai...

Boca: Ih moleque, se liga na tua responsa. — nem dei ideia.

MD: To ligado na tua já, a mãe da tua filha, po.

Boca: Qual foi, rapá. Sai do meu colo... — olhei feio pra ele.

MD: Tu vai me desculpar, po. Mas desde que ela voltou aí pro morro, tu vive com essa cara de comédia ai, malucão. — dei um tapão na cabeça dele, que saiu rindo e subiu na moto. — Tá passando despercebido não, hein... Se liga!

Boca: Se adianta, ô filha da puta! — dei mó dedão e ele saiu.

Terminei meu plantão e meti o pé pra casa, antes disso, passei no mercadinho pra comprar umas paradas que a coroa pediu e dei de cara com a Laura.

Boca: Fala ai. — cumprimentei e ela só mexeu a cabeça. Filha da puta, consegue agir como se não tivesse sido casada comigo por 3 anos.

Comprei as paradas e aconteceu da gente sair junto de lá. Tentei de novo.

Boca: Coé Laura, Joice pode ficar comigo esse final de semana? 

Laura: Pode ser no outro, Boca? Vagner chegou ontem, queria passar o final de semana com eles, tem caô? — na hora que ela falou o nome do comédia, o sangue ferveu, mas me segurei maneiro.

Boca: Tem caô não, po. Tá suave. — suave porra nenhuma, né? Tomar no cu. Além desse filho da puta ficar com minha mulher, ainda quer minha filha. Ele já não fez um? Espera nascer. Otário.

Fui pra casa boladão, puto mermo. Botei as paradas na cozinha e subi pro meu quarto, quero ideia com ninguém não.

Sônia: Filho?

Boca: Pô mãe, agora não, sem ideia.

Sônia: Aconteceu alguma coisa?

Boca: Qual que é, mãe. Por favor, po. Agora não.

Sônia: Wellerson, eu só quero saber o que aconteceu, você deixou a moto ligada lá na frente e não voltou até agora, achei que tava passando mal.

Boca: Puta que pariu. Essa mulher tira a minha paz... — levantei e fui desligar a moto. — Sem neurose, era melhor os moleque terem me passado mermo.

Sônia: Para de falar besteira, garoto. — fez o sinal da cruz. — Some da minha frente, vai deitar. Ninguém aqui tem culpa se a Laura não quer papo com você. — jogou serinha e eu nem respondi.

ANDANÇAS - PARTE IIOnde histórias criam vida. Descubra agora