*Do outro lado*
Rafael um estudante do terceiro ano de odontologia. Morava sozinho perto da faculdade, em um prédio de pequenos apartamentos, próprios para estudantes.
Leva a vida muito numa boa, curti as festas e muitas garotas. Nunca namorou por...
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Rafael
Que sentimento é este?
Acordei cedo e fui para faculdade, deixar de malandragem estava no topo da minha lista. Conquistar a minha Du patinadora o segundo, conhecer minha vizinha o terceiro. Hum... na verdade essa ordem não faria muita diferença. Parei na portaria e perguntei por dona Tereza.
— Ela esta por aí Rafael, por quê? — perguntou seu Josué.
— Quero ver se a nora dela pode vir hoje no meu apartamento — expliquei.
— Deixe sua chave aqui comigo, parece que ela vem nos apartamentos do terceiro andar hoje. Mas qual é o seu dia? — perguntou.
— Na quinta, mas veio uma galera aqui ontem e fiz um jantar. A cozinha está daquele jeito!
— Pode deixar comigo, eu falo com ela. Caso não possa fazer uma faxina, vejo se arruma sua cozinha e depois você acerta. Tá bom assim, menino?
— Fechô, seu Josué! O senhor é 11. Até mais. — Parti.
O dia foi tranquilo.
As aulas práticas na parte da tarde eram as melhores, passavam como um vento. Eu queria ver a Du, mas não a vi em lugar algum. Filé esperava sua fixa e resolvi esperar junto para ver se dava sorte de vê-la. Mas não dei, a Bri veio sozinha.
— Oi, tudo bem? — não resisti e perguntei: — por onde anda aquela deusa dos patins?
— Ela foi com os rapazes lá no anfiteatro, onde estão ensaiando para o festival.
— Ela resolveu dançar? — perguntei.
— Não decidiu ainda, foi ver qual é a parada.
— Bri, eu vou te fazer uma pergunta direta e reta, seja sincera comigo — falei sem pensar muito, senão desistiria.
— Pode perguntar, se eu souber — respondeu abraçando o Filé que já cheirava seu cabelo e dava risinho besta.
— Estou a fim dela, já até falei isso, mas a Du não acredita em mim. Você sabe se tem alguém na parada? Um namorado na cidade dela, por acaso? — Respirei fundo e conclui: — Será que tenho chances?
— Nossa, foram três perguntas, você disse uma — brincou. Mas vendo que eu falava sério prosseguiu: — Que eu saiba, ela não tem ninguém, nunca comentou. Agora se você tem chances também não sei dizer. Ela é bem reservada e muito quietinha. Com sua fama de pegador talvez a tenha espantado.
— Mas quem anda falando de mim? — perguntei irritado.
Filé deu uma gargalhada bem alta, o que me deixou bolado, até parece que ele era um santo.
— Qual é Filé? Até parece que você é muito diferente de mim.
— A diferença é que minha morena sempre soube com quem se envolvia e ganhou meu coração com isso. A sua — Colocou o dedo no meu ombro e empurrou. —, conheceu a sua fama e não quer deitar na sua cama. O filho da mãe falou simplesmente verdade, aquela que eu não admitia nem para mim.
