Começar de novo
Maria Eduarda
Deitada em minha cama eu relembrava cada instante daquele início de noite.
Lembrei também do dia do show e da confusão. A promessa que me fiz naquele dia de ficar livre de qualquer situação daquele tipo.
Era hora de sair fora! Minha mente pedia, mas eu continuei ali sentada com eles e ainda aceitei a carona para casa.
No elevador do prédio eu me peguei mais nervosa.
Acompanhar o painel, os números pularem de segundo a segundo, não ajudou muito a acalmar meu coração.
E agora?
O que vai acontecer? Sabia que íamos acabar brigando de novo. A dinâmica seria igual.
Eu já previa como um filme em reprise.
Ele iria forçar a barra e tudo chegaria no mesmo ponto. Vai querer entrar no meu apartamento ou vai me arrastar para o dele.Meu Deus!! O que eu faço?
Na hora que saímos no hall eu nem sabia o que dizer.
— Obrigada – falei sem olhar para ele.
E de repente olhei o vaso. E lá estava outro bilhete.
E agora o que faço? Pego?
— Não vai pegar?
Abaixei, peguei, abri e li.
Fiquei olhando sem dizer nada. Conhecia o texto e sabia que uma parte não foi escrita.
"... já era amor antes de ser."
— Está incompleta...
— Completa para mim? — pediu baixinho.
Pensei: Nunca!
Mas aqueles olhos...
Jamais!
Aquela boca...
— A promessa!
Meu coração saltitava e quase pulava no colo dele.
Ainda bem que o Rafa é esperto. E não precisei falar nada, apenas olhar sua boca e desejar elas sobre a minha.
E como desejo é uma ordem. Ele entendeu o que eu precisava ser beijada logo.
Seu beijo misturava carinho e urgência. Apertava e afrouxava. Era um respirar e me asfixiar. Uma incompreensão total. Mas quem queria entender alguma coisa naquela hora?
Pressionou-me contra a parede apertando seu corpo ao meu, eu pensei: vai ser agora! Ele vai fazer a proposta de sempre, pois era nítido o tanto que ele se encontrava excitado.
Acabaria com minha noite.
A dele.
E comprometeria o nosso fim de semana.— Du da... – Agora, Pensei.
— Ãn...
— Não adianta, eu não vou entrar na sua casa e nem vou te convidar para minha. Nem insista.
Dei uma gargalhada. Pior, eu não conseguia parar de rir.
— O que foi? O que eu disse de tão engraçado?
— Você é um verdadeiro palhaço.
Pela primeira vez ele conseguiu me surpreender.
A melhor parte de me surpreender foi continuar com a boca na sua e sem tirar seu corpo de perto do meu.
E para evitar que eu o "tentasse" como ele mesmo disse, ele levantou minhas mãos no alto da parede, mas ao mesmo tempo colava seu corpo ao meu e traçava beijos pelo meu pescoço.
Ele não me soltou um minuto.Eu?
Estava perdida.
E agora?
Simples. Aproveitar e beijar muito aquela boca maravilhosa.
Ele conseguia me deixar sem pensar ao olhar para mim com aquele olhos azuis de menino perdido.
Aquela barba rala que raspava em mim de uma forma suave que eu nunca imaginaria gostar tanto. Pois, odiava a do meu pai que espetava. Seu cabelo um pouco maior enchia minhas mãos. Minha vontade era de ficar ali a noite inteira ou para sempre. Isso porque tudo entre nós era tão imprevisível que não dava para saber quando seria a nossa próxima briga.E parecendo que lia os meus pensamentos, ele falou:
— Duda... Não vamos mais brigar... Quero ficar de boa com você... é muito melhor assim...
Ele dizia com a testa colada na minha.
Não respondi. Simplesmente o olhava e por fim, eu o beijei dando minha resposta silenciosa.
Acho que ele entendeu, porque foi carinho até não sei que horas.
A cada tentativa que eu fazia de dizer que precisava entrar, ele pedia mais um beijo... O último. Mais um e mais um...
A que horas entrei de fato no apartamento? Não sei. Mas demorou muito.
Agora aqui deitada, meus pensamentos eram nele.
Tudo como as coisas aconteceram.
Como eu também gostaria de dormir no peito dele, abraçada...
Será como seria todo o resto?
Veio um pensamento da Sabrina dizendo: "somente está assim porque você quer amiga, se joga!"
Será que ela está certa?
E você, acha o quê?
Tá Tá Tá...
Eu já sei o que vocês querem.
Mas eu gosto de ler a opiniões de vocês.
até mais...
Lena Rossi
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Do outro Lado (Repostando) Duas Vezes Por Semana. ♡Completo na Amazon♡
Romance*Do outro lado* Rafael um estudante do terceiro ano de odontologia. Morava sozinho perto da faculdade, em um prédio de pequenos apartamentos, próprios para estudantes. Leva a vida muito numa boa, curti as festas e muitas garotas. Nunca namorou por...