Capítulo 14.A

717 95 8
                                    


O susto

Abri a porta e não tinha ninguém do outro lado, sai no hall intrigado, pois escutei sim um barulho, não estava doido

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Abri a porta e não tinha ninguém do outro lado, sai no hall intrigado, pois escutei sim um barulho, não estava doido. Ou estava? Olhei a porta dela e bati a companhia. Nada! Puts! Será que ela havia saído então? Entrei liguei a TV e o meu computador. Tinha essa mania, que minha mãe sempre reclamou, pois gostava de estudar com o som ligado, o computador e às vezes a TV. Ela nunca entendeu como eu conseguia administrar isso. Sempre brincava e respondia: sou focado.

🦷

Minhas aulas começavam no meio da manhã, mas não fiquei em casa. Fui para o ambulatório de atendimento ao público, muitas vezes eles precisavam de ajuda, pois os escalados não compareciam. Não era o caso deste dia. Estavam as quatro salas com atendimentos. Fiquei um tempo de conversa com o professor Silvio Sabino, um dos responsáveis naquela manhã.

Ao sair, reparei na sala de espera várias crianças, percebi que elas estavam com medo da hora de serem atendidas. Voltei e troquei uma ideia com o professor.

— Profe! Olhei lá fora, tem umas cinco crianças para serem atendidas. E sempre é muito difícil fazer o tratamento nas primeiras consultas porque elas têm muito medo. E se fizéssemos um trabalho lá fora, antes delas entrarem aqui?

— Onde você quer chegar, Rafael? — questionou.

— Sei lá, contar histórias relacionadas à prevenção das cáries. Mostrar os instrumentos, os dentes e até ensinar a escovação. Temos aquelas bocas articuladas, as dentes móveis e as outras fixas que vocês usam nas primeiras aulas aqui. E se usássemos lá fora como forma de "aula teórica", — Fiz aspas. — Uma grande brincadeira.

Ele me olhava pensativo e com dúvida escrito na testa.

— Rafael, a ideia é boa, mas fazer isso funcionar talvez não seja fácil. Fazerem vocês cumprirem horários aqui já não é fácil.

— Esse não é meu caso, eu prefiro ficar aqui a sala de aula. Começariam com a calourada.

— Vamos ver depois, conversarei com o Rubens e a Natália sobre isso — finalizou batendo as mãos no meu ombro.

Eram os outros dois professores responsáveis pelo ambulatório e as aulas práticas.

— Posso tentar hoje já que estou aqui? — pedi.

— Fique a vontade. Veremos já o resultado prático aqui dentro depois.

Entrei na sala de material e peguei algumas coisas que já estava sem uso e alguns brinquedos que usávamos com as crianças, mas já dentro do consultório.

Na sala de espera, em um canto havia uma mesa com lápis, giz de cera e folhas com desenhos para colorir. Porém, pelo mesmo motivo, poucos eram usados, a maioria das crianças ficavam já no colo da mãe ou quem os acompanhavam.

Levei mais uma mesinha. Coloquei meu jaleco e fui para recepção. Sentei junto ao chão e perguntei:

— Quem quer ser dentista aqui hoje? E limpar os dentes dessa mocinha? — Estava sentada na cadeira de plástico uma boneca.

Do outro Lado (Repostando) Duas Vezes Por Semana. ♡Completo na Amazon♡Onde histórias criam vida. Descubra agora