Capítulo 25.B

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Maria Eduarda

A Casa caiu

Abri os olhos, estiquei o corpo, sorri. Eu estava feliz. Abracei meu travesseiro pensando no fogo que o Rafa tinha. Como seria ficar deitada numa cama com ele?

Nossa! Sentei na cama.
Como eu iria contar para ele que não tenho experiência, prática nestas coisas?
Pior! Que fiz uma brincadeirinha com ele. Esse assunto ainda precisava ser resolvido, por dois motivos: acabar as mentiras e poder conversar sobre certas coisas.

Eu gostaria de saber o que foi aquela explosão aquele dia. O que ele pensava da vizinha? Da porta... mas se eu perguntasse, ele poderia perguntar sobre o que  acontecia aqui. E se eu tocasse no assunto da vagabunda...

Abracei o joelho pensativa. Melhor ficar quieta.

Levantei e fui ao banheiro. Ao olhar no espelho...

Credo! Que cara de acabada! Tudo por não ter dormido o suficiente.

Lavei meu rosto e escovei meus dentes. Olhei a hora e não era nove ainda.

O que faria? O Rafa não iria acordar tão cedo, isso eu tinha certeza.

Ao verificar o armários percebi que não tinha pão e nem torradas. Resolvi que iria à padaria.

Fui pensando o que poderia fazer para o almoço. Havia frango já desfiado, daria para fazer várias coisas, mas será que tipo de comida o Rafael gostava? A padaria era grande e tinha um "mercadinho," onde você encontrava de tudo um pouco. Claro, o preço não era igual do supermercado. Mas nada absurdo.

Após pegar o que eu queria no setor de pães, eu fui olhar nos corredores e ao ver a batata palha eu pensei no Fricassê. Pronto, achei! Seria isso. Comprei um pote de sorvete também.

No caixa, ao pagar, olhei o jornal e a manchete chamou minha atenção:

"VENHA AO SHOPPING PATINAR NO GELO!"

Comprei o jornal.

🦷

Depois de ter guardado tudo, eu fiz meu leite e sentei para comer lendo o jornal. Fui direto no caderno de entretenimento, "patinação". Na área central do shopping  foi montada uma pista de patinação no gelo. Funcionariam todos os dias a partir das onze horas da manhã.
— Que legal!

Adorei.

— Será que o Rafa iria comigo? — perguntei-me

Preciso saber como convidá-lo.

Fui preparar o almoço pensando como lhe fazer o convite.

O deixar curioso seria a principal estratégia, pensei rindo. Com certeza, quando eu falasse que queria fazer "alguma" coisa com ele, na certa ele pensaria besteira na hora, se bem eu o conheço.

Montei meu plano.

Abri a porta e coloquei o envelope no tapete. E os outros desenhos no caminho. Olhei da minha porta e não me convenci que estava bom. Ele poderia nem ver, sair pisando em tudo sem ao menos olhar para o chão. E se eu colocasse na planta? Pode ser, se ele for igual a mim, era a primeira coisa que faria. Mas como eu tenho a certeza que ele não é nem de longe parecido comigo, tratei de puxar o vaso para frente da porta dele. Assim não teria dúvida, somente se ele pulasse, que eu duvidava.

Fechei a porta.
Falta algo ainda, o que poderia ser?

— Já sei!

Corri no quarto, peguei uma caixinha menor e escrevi uma frase da Clarice:

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