Maria Eduarda
A festa
Acordei cedo, apesar de ter ido dormir tarde. Fiquei no hall com o Rafa até não sei que horas. Ele não forçou nada, pelo contrário, disse que eu nem precisava insistir que ele não iria cair na minha cantada e não entraria no meu apartamento.
Um bobo.Fiquei deitada rindo a toa abraçada ao travesseiro.
Mas como combinara ajudar na mudança do meu amigo precisava deixar de preguiça. Levantei tomei um banho e preparei uma vitamina. Olhei meu bolo de fubá e preparei uma mesa de café da manhã simples, porém caprichada com aquilo que tinha na geladeira. Passei uma mensagem para o Rafael.
"Quer vir tomar café comigo?"
Esperei um pouco e nada.
"Tomar café é modo de dizer, não tem café. Mas tem bolo, torradas, leite, vitamina, suco, frutas e alguns biscoitos."
Nada!
Liguei, caiu na caixa postal.
O que acontecia?
Acabei de me arrumar e fui até a porta dele.
Toquei a campainha. Nada!Liguei na portaria e perguntei ao porteiro se sabia se o Rafael tinha saído.
— Por aqui ele não passou. Deve está dormindo.
— Tudo bem. — Foi o que pensei.
Pequei um papel e deixei um bilhete no "nosso" vaso e saí para ajudar meu amigo.
Ao chegar à casa do Arlindo, ou melhor, ex-casa, ele acabava de tomar café, o Bil lia uma revista na sala. Fui até ele e dei-lhe um beijo.
— Como você está? — perguntei mais baixo.
— Como? O que você acha? Depois dessa facada que ganhei no meu coração! — Respirei fundo e apertei sua mão.
— Mas vai ficar tudo bem, você vai ver. Eu fico triste por vocês não continuarem amigos. Vai ser estranho não os ver mais juntos.
— Nós éramos como, pão e requeijão, goiabada e queijo, café com açúcar, criança e pirulito, cinema e pipoca...
— Sei, sei... pode ser que seja por isso. Vocês estavam muito juntos, um vivendo a vida do outro... pode ser que seja boa essa breve separação — Levantei. —, apos esfriarem a cabeça possam conversar como amigos que sempre foram.
Foi então que percebi o Lim olhando para nós.
— Ninguém pode viver assim, um a vida do outro o tempo todo. Eu acho que vocês devem morar um tempo sozinho.
— E você acha que posso manter essa casa sozinho? — me perguntou e levantou.
— Eu não posso pagar um lugar e te ajudar aqui – falou Lim.
— E eu iria aceitar sua "esmola" agora? — perguntou Bil com aspa na esmola levantando do sofá e o encarando.
— Eu poderia ficar aqui até arrumar alguém, mas você todos os dias me faz a mesma pergunta: "já arrumou um lugar para morar?, e quando digo não. Você bufa. Não dá mais – explicou um pouco alterado.
— Pronto! Parou! — falei bem alto — Cada um para um lado!
Eles me olharam assustados. Eu comecei a rir e falei:
— Minha mãe fazia assim comigo e minha irmã. Acabava a confusão na hora.
— Tudo bem... não quero briga – concluiu Lim indo para o seu quarto e Bil foi para a cozinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do outro Lado (Repostando) Duas Vezes Por Semana. ♡Completo na Amazon♡
Romansa*Do outro lado* Rafael um estudante do terceiro ano de odontologia. Morava sozinho perto da faculdade, em um prédio de pequenos apartamentos, próprios para estudantes. Leva a vida muito numa boa, curti as festas e muitas garotas. Nunca namorou por...