Capítulo 23.B

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Maria Eduarda

A festa


Acordei cedo, apesar de ter ido dormir tarde. Fiquei no hall com o Rafa até não sei que horas. Ele não forçou nada, pelo contrário, disse que eu nem precisava insistir que ele não iria cair na minha cantada e não entraria no meu apartamento.
Um bobo.

Fiquei deitada rindo a toa abraçada ao travesseiro.

Mas como combinara ajudar na mudança do meu amigo precisava deixar de preguiça. Levantei tomei um banho e preparei uma vitamina. Olhei meu bolo de fubá e preparei uma mesa de café da manhã simples, porém caprichada com aquilo que tinha na geladeira. Passei uma mensagem para o Rafael.

"Quer vir tomar café comigo?"

Esperei um pouco e nada.

"Tomar café é modo de dizer, não tem café. Mas tem bolo, torradas, leite, vitamina, suco, frutas e alguns biscoitos."

Nada!

Liguei, caiu na caixa postal.

O que acontecia?

Acabei de me arrumar e fui até a porta dele.
Toquei a campainha. Nada!

Liguei na portaria e perguntei ao porteiro se sabia se o Rafael tinha saído.

— Por aqui ele não passou. Deve está dormindo.

— Tudo bem. — Foi o que pensei.

Pequei um papel e deixei um bilhete no "nosso" vaso e saí para ajudar meu amigo.

Ao chegar à casa do Arlindo, ou melhor, ex-casa, ele acabava de tomar café, o Bil lia uma revista na sala. Fui até ele e dei-lhe um beijo.

— Como você está? — perguntei mais baixo.

— Como? O que você acha? Depois dessa facada que ganhei no meu coração! — Respirei fundo e apertei sua mão.

— Mas vai ficar tudo bem, você vai ver. Eu fico triste por vocês não continuarem amigos. Vai ser estranho não os ver mais juntos.

— Nós éramos como, pão e requeijão, goiabada e queijo, café com açúcar, criança e pirulito, cinema e pipoca...

— Sei, sei... pode ser que seja por isso. Vocês estavam muito juntos, um vivendo a vida do outro... pode ser que seja boa essa breve separação — Levantei. —, apos esfriarem a cabeça possam conversar como amigos que sempre foram.

Foi então que percebi o Lim olhando para nós.

— Ninguém pode viver assim, um a vida do outro o tempo todo. Eu acho que vocês devem morar um tempo sozinho.

— E você acha que posso manter essa casa sozinho? — me perguntou e levantou.

— Eu não posso pagar um lugar e te ajudar aqui – falou Lim.

— E eu iria aceitar sua "esmola" agora? — perguntou Bil com aspa na esmola levantando do sofá e o encarando.

— Eu poderia ficar aqui até arrumar alguém, mas você todos os dias me faz a mesma pergunta: "já arrumou um lugar para morar?, e quando digo não. Você bufa. Não dá mais – explicou um pouco alterado.

— Pronto! Parou! — falei bem alto — Cada um para um lado!

Eles me olharam assustados. Eu comecei a rir e falei:

— Minha mãe fazia assim comigo e minha irmã. Acabava a confusão na hora.

— Tudo bem... não quero briga – concluiu Lim indo para o seu quarto e Bil foi para a cozinha.

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