Capítulo 20.A

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Rafael

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Ela não me atendeu. Devia está muito puta comigo.

No dia seguinte, nada, fiquei sabendo que tinha saído cedo. Mais tarde, após o almoço toquei a campainha, liguei no celular, passei mensagens. Nada! Nenhum sinal.

Comentei com o Filé, ele disse que era para eu dar um tempo para ela se acalmar. Com certeza ele sabia alguma coisa, Bri tinha passado à tarde com ela no dia anterior. Ele comentou que ela ficara muito chateada comigo.

Passei um domingo de merda.

A semana começou com bastante matéria para estudar e vários atendimentos para fazer. Tive que cobrir um horário de um colega na quarta-feira, ele se acidentou no final de semana.

Ao voltar para casa, comprei um vaso de flor.

O que escrever? Precisava ser algo que a tocasse. Não poderia ser qualquer coisa. Mas o quê?

Fui para internet procurar mensagens ou uma frase. O problema foi que meu notebook pipocou de opções e, eu não sabia qual escolher. Até que encontrei um blog de frases de Clarice Lispector*. Havia cada uma melhor que a outra. Separei uma e fiquei na dúvida se colocava que era dela ou não! Por fim, achei melhor colocar, vai que ela conhecesse...

Pequei o vaso e deixei na porta dela com o cartão.

"Quem eu sou, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles." C. L.

Rafael

No dia seguinte, o vaso continuava lá, o cartão sumiu.

Que saco!, pensei. Ela estava brava mesmo.

A tarde soube que a galera combinou em ir ao show no Espaço nosso e, que ela iria com os amigos. Tentei convidá-la para ir junto comigo, por mensagem, já que minhas ligações, ela não atendia. Nem resposta eu tive. Isto porque eu sabia que ela lia todas.

Já estava cansado, de saco cheio mesmo, minha vontade era dar um basta em tudo.

Pensava naqueles olhos grandes e negros, meu coração esquentava e dizia: — espera mais um pouco... 
Coração traiçoeiro. Difícil saber de que lado ele se encontrava.

Fui sozinho ao show, nem o Filé e a Bri quizeram minha carona. Realmente me senti abandonado.

O espaço estava lotado. Seria impossível encontrar a galera sem ter uma localização.

Liguei, ninguém atendeu. Até que por muita coincidência achei o Fubá, a Marcim e uma turma. Eles não viram o Filé e nem o Jacaré, que eu já sabia, ficava com a morena amiga da Duda.
Andei.
Rodei aquele espaço todo. Nem curti o show e nada!

Várias garotas mexeram comigo, me davam mole e queriam alguma coisa. Eu poderia ficar com qualquer uma delas se quisesse, mas eu não queria.

Era ideia fixa! Duda ou mais ninguém. Até quando, eu não sabia, talvez me encher de vez. E não faltava muito.
Passava do meu entendimento o que ela queria de mim.

— Eu nunca fiz isso por garota nenhuma — falei a mim — e ela não reconhece isso, caramba!

O show acabou e outra banda começou a tocar. O ambiente começou a ficar mais vazio, as pessoas se dispensavam.

Localizei-os. Filé com a namorada, jacaré e a morena, uma japonesinha com um cara e a minha Duda.

O quê? Quem era aquele Mané ao lado dela?

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