Capitulo 5. A

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Rafael

Rafael

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Vigia

Cheguei no apartamento depois das seis horas e havia uma música bem calma na vizinha. Quem em plena sexta-feira escutaria aquele tipo de música?

Então pensei: Só se ela já tivesse com alguém relaxando depois de ter dado uma. Estava na hora de esquentar o corpo com uma música pauleira, um rock pesado. E foi o que fiz. Liguei o som bem alto para atrapalhar a sua festa, caso já tivesse fazendo sacanagem.

Tentei escutar se ela tinha desligado o som, mas o meu não me permitiu. Entrei no banho e deixei o som rolar. Saí do banheiro e o interfone tocava. Abaixei o som para atender.

— Oi!

— Rafael! Reclamaram do seu som aqui, poderia diminuir o volume?

— O que foi? A minha vizinha não gosta de rock? – perguntei rindo — Ela é o que, uma velha?

— Não seu, Rafael, não foi a Maria Eduarda, ela não se queixou de nada, é a rapaz do sexto andar e o do oitavo.

— A minha vizinha aqui, ela chama Maria Eduarda? Como ela é?

— Ah, uma beleza, educada, simpática, um amor de menina! Pensei que já se conheciam?

— Não! Não tive essa oportunidade. O senhor disse que ela é uma beleza. Quer dizer bonita?

— Sim. Está me chamando aqui, então som baixo! Ok?

— Ok. Entendido.

Beleza! Incomodei o andar de cima e de baixo, nada do outro lado? Será que ela continuou relaxando, ou não quis ser a vizinha chata com sua companhia. Escutei um barulho de chave. Corri na porta e olhei no olho mágico. Ela estava de costa para mim. Na hora que coloquei a mão na maçaneta para abrir a porta me lembrei do sonho. Aquela imagem horrível veio a minha mente. Fiquei paralisado.

Ela entrou no elevador e foi embora. Estava com um rabo de cavalo trançado e um vestido largo que não dava para ver suas formas. Provavelmente seria uma forma de balão, pois quem iria esconder um corpo bonito num vestido daqueles? Na verdade, não consegui ver muito bem, mas também naquele buraquinho não dava para ver nada direito.

Meus problemas estavam sendo resolvido. E o senhor Josué falou em beleza! Fazer o quê? Cada um tem seu padrão de beleza. O meu era bem mais apurado.

Sair em plena sexta-feira com aquela roupa? Sei lá! Era cada uma!

Deitei na minha cama para tirar um cochilo antes de cair na noite.

Acordei renovado para mais uma noitada. Troquei de roupa, ou melhor, coloquei uma, pois estava somente de cueca. Dei uma olhada na geladeira e resolvi que era melhor comer alguma coisa na rua. Peguei uma garrafa de água e tomei a metade no bico. Se minha mãe visse uma coisa daquela, com certeza tomava um safanão na orelha. Essa era a vantagem de morar sozinho.

Peguei minha carteira, celular e saí.

Esperava o elevador quando escutei um barulho na porta da vizinha. Aproximei devagar e atento. Mais barulho. Aquela safada se esfregava com alguém ali na porta. Pensei em virar e descer pelas escadas, sem esperar o elevador. Mas minhas pernas me enganaram e se aproximaram mais da porta, quase colei a orelha ali.

Os sussurros aumentaram e os gemidos também. Até que ela pelo jeito não aguentou e pediu, choramingando para ser levada para o quarto.

Pronto!

Era hora de vazar dali. O elevador chegou e eu o ignorei. Fiquei ali escutando tudo e imaginando a cena do outro lado.

Eu só podia estar desequilibrado, não tinha outra explicação, pois viajar na orgia da vizinha era uma coisa, agora ficar excitado ainda por cima, não podia ser normal. Com certeza era minha deixa para ir embora, já que pelo jeito eles iam para o quarto. Virei para o elevador e não consegui apertar o botão. Fiquei ali com o dedo levantado sem saber qual decisão tomar.

Entrei no apartamento e fui para meu quarto. Colei minha orelha na parede.

Eles estavam nas preliminares ainda com certeza, pois eram somente sussurros e gemidos calorosos. Até que a coisa esquentou para valer. Meu Deus! Eu fiquei cada vez mais excitado com os sons vindo de lá e cheguei num ponto que não aguentaria me segurar e deixar aqueles dois se divertirem sozinhos.

Tive que consolar meu amigo que já botava a cabeça de fora para ver o que acontia. Pior, não era nada para ele, e na hora que ele viu minha mão em sua direção, não correu por que não tinha para onde ir. Eu o peguei e não teve jeito.

Depois de escutá-los no auge da safadeza também os acompanhei gozando.

Acabou tudo.

Eu fiquei com vontade de dar na minha cara. Até que ponto cheguei? Era desequilíbrio mental não havia outra explicação.

Fiquei quieto ali encostado na parede pensando.

Balancei a cabeça para voltar à realidade, em seguida fui ao banheiro me lavar. Deitei na minha cama pensando no que tinha acabado de acontecer.

— Preciso conhecer essa garota e tirá-la da minha cabeça — falei. — Assim voltarei ao meu normal.

Pensei em ficar de guarda até esse fulano sair do apartamento do lado. Uma hora ele ia ter que ir embora. Então eu o veria. E com certeza, ela estaria agarrada nele se esfregando até o elevador chegar. Neste instante, eu abriria a porta e sairia normalmente.

Mas para quê?

Fiquei ali bolando planos infalíveis.

Ao perceber que fingia falar ao telefone, mais alto que necessário, o celular a mão, eu falava com ninguém, somente para a vadia escutar e saber que eu teria minha noite também. Falei assim:

— Oi, tudo bem! Estou saindo. Já eu chego aí e vai ter Rafinha para todas.

— Vamos sim, meu amor.

Por fim, caí na real e saí para minha noite, afinal minha barriga começou a roncar.

Fui numa lanchonete fiz um lanche e encontrei meus amigos num barzinho depois, onde rolava música ao vivo. Não demorou muito estávamos rodeados de garotas e em seguida vazando.

Cheguei ao apartamento para extravasar minhas frustrações daqueles dias, fiz questão de fazer a garota subir pelas paredes e gritar para acordar a vizinha.

Mas não foi o que eu esperava. Não tinha curtido em nada aquele lance. Ela até queria o segundo round, mas não ia rolar. Não estava a fim.

Tratei de levá-la embora. Coisa que normalmente não faço, mas para livrar-me dela, essa era a opção.

O que você acha? Ele está desequilibrado mesmo? 

Será que todo malandro uma hora regenera?

O que Maria Eduarda acha disto?
Você saberá em breve.

Até mais...
Lena Rossi

Do outro Lado (Repostando) Duas Vezes Por Semana. ♡Completo na Amazon♡Onde histórias criam vida. Descubra agora