Rafael
Quero saber
Ela ficou me olhando e não disse uma palavra. E aqueles olhos... Pareciam tão assustados e tão inocentes.
Agora eu já sabia que de inocente ela não tinha nada.
— Vai falar? – insisti.
— Agora não! – falou num sussurro.
— Mas quando? Você acha que sou um palhaço? Vou esperar até quando? Na minha formatura?
— Rafael, prometo que converso com você, a hora que quiser, mas não agora, por favor! — Olhamos em direção de seus pais eles nos observavam. — Meus pais me espera.
O seu desespero era nítido. Afinal, eles presumiam que a filha era a inocência em pessoa. E eu sabia que não era verdade. Muito pelo contrário...
— Tudo bem. Vou te dar esse crédito. – Começamos a andar. Coloquei minha mão nas suas costas e continuamos saindo.
— Tudo bem? – perguntou sua mãe, olhando para mim e depois para ela.
— Sim, claro — respondi – Maria Eduarda me convidou para sair com vocês e eu dizia que provavelmente desejam uma noite só em família.
— Imagine Rafael, você é bem vindo. E se minha filha convidou, é nosso convidado — falou o pai.
Seus olhos queriam pular para fora e, eu ria por dentro.
— Então eu aceito Maria Eduarda, — Virei meu rosto para encará-la. — O seu convite continua de pé?
Eu tenho certeza que ela queria me matar. Tive vontade de rir da sua cara, a irmã mais esperta veio e nós abraçou.
— Que legal! Claro que está, não é mesmo? Duda disse que talvez você tivesse outro compromisso e não poderia ir. Que bom que vai, então vamos? Estou morrendo de fome.
— Vamos rapaz! Você deve ser melhor em conhecer uma boa churrascaria que a Maria Eduarda. Ela não conhece nada! — falou o pai.
— Opa! Conheço as melhores! Quer dizer, confiam no meu gosto? — tentei ser o mais simpático possível.
— Se você disser que vai nos levar em uma churrascaria de primeira, sim — afirmou o pai.
— Ah pai, prefiro uma pizzaria, ou uma cantina de massas... Churrasco agora a noite é pesado — choramingou a Carolina.
— Bem, eu também acho — apoiou a mãe.
Estranhei a mãe chamar o marido de Bem ali na minha frente. Quase falei: "você acha meu amor."
— O que você prefere, filha? — Olharam todos para Duda. — Hoje a noite é sua.
— Para mim tanto faz. O que vocês quiserem – resmungou ligeiramente irritada.
— Dudaa... Pizza... Canelone... Conchilone... Espaguete... – rindo falou a Carolina e fechou os olhos com as mãos em sinal de prece.
Que carinha safada essa menina possuía. Não me engana, quanto mais agora que sabia irmã de quem era, que nem tinha cara para isso!
— Tudo bem, vamos deixar a churrascaria para outro dia, tudo bem, pai? — perguntou sem entusiasmo.
— Você que manda filhota. Aonde vamos, meu rapaz? — perguntou-me o senhor Alfredo, sem parecer decepcionado, e eu tive que pensar rápido.
— Vocês me seguem? – perguntei e olhei para Duda – Alguém vem comigo?
A mãe, que eu não lembrava mais o nome, comentou alguma coisa, mas a minha atenção concentrava na resposta da Duda. O nome do pai era fácil, pois era o mesmo do meu mestre e professor.
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Do outro Lado (Repostando) Duas Vezes Por Semana. ♡Completo na Amazon♡
Romansa*Do outro lado* Rafael um estudante do terceiro ano de odontologia. Morava sozinho perto da faculdade, em um prédio de pequenos apartamentos, próprios para estudantes. Leva a vida muito numa boa, curti as festas e muitas garotas. Nunca namorou por...