A Garota da Faca

Capítulo Três

- Que teste mãe? - odiava quando eles sismavam de me "testar" de madrugada.

- Se arruma e me encontre no quintal em 5 minutos. - minha mãe disse seca e saiu batendo a porta.

- Ui.

Água na cara, escovar os dentes, prender o cabelo e colocar uma legging, tênis e uma blusa não muito apertada pra não destacar a faca e poder escondê-la. Tudo muito rápido para não perder tempo. Tenho que ser a psicopata perfeita, psicopatas assassinos cumprem com o horário.

Abri a porta de casa e senti o cheiro e a brisa da madrugada me aconchegarem, a madrugada de sábado mais gostosa do ano, se não fosse por meu pai me esperando em uma posição de general.

- Você terá que trabalhar de madrugada e sabe que nesse horário nossos corpos costumam estar cansados, e você pode ter um combate físico, como irá reagir? - meu pai perguntou como se fosse uma pergunta de matemática.

- Matando meu adversário. - falei seca. - Eu to com sono, será que eu posso te "matar" e dormir?

Não tive resposta, apenas vi meu pai se mexendo e todo aquele peso e habilidade sendo jogadas em cima de mim.

Meu pai era um bom lutador, ele sabia muitas lutas e desde pequena ele me ensinou um pouco de tudo, sempre exigiu muito de mim, então eu sabia bem o que fazer quando vi ele vindo.

A primeira coisa quando se está em perigo é se defender, eu não tinha maneiras de pegar na minha faca se não conseguisse imobiliza-lo, e isso me tirou uma boa parte de tempo e de golpes até que eu conseguisse imobiliza-lo rapidamente, pegar minha faca e posicionar com a parte de trás no pescoço dele.

Foi bastante complicado e eu estava exausta.

- Bom. - meu pai disse.

Foi a última palavra que ouvi antes de desmaiar.