A Garota da Faca

Capítulo Trinta e Seis

Acordei tarde, com minha mãe me puxando pelo pé.

- Que foi? - Perguntei fechando os olhos novamente.

- Seus dias de princesa acabaram, agora volte a realidade antes que seu pai venha reclamar comigo. - Minha mãe disse fria.

- Será que não posso curtir a manhã do meu aniversário quieta na minha cama de ressaca? - Perguntei com raiva.

- Manhã? São três horas da tarde Karen Albuquerque!

- Continua sendo meu aniversário. Qual é, eu não quero matar ninguém de presente. Me deixa em paz! - Disse colocando o travesseiro na minha cabeça.

Acho que ela acabou desistindo, ou meu sono me dominou por completo.

Acordei bem mais tarde, cansada de tanto dormir.

Pus um short de dormir para não ir a cozinha totalmente indecente. Tomei um comprimido para melhorar a ressaca e fui tomar banho.

Comi um mega sanduíche natural quando saí do banheiro e comecei a responder as mensagens de meu celular.

A maioria falava sobre meu desaparecimento da festa. Menti, falando que eu tinha bebido além da conta, comecei a passar mal e fui embora de táxi.

As meninas animaram de sair, mas eu estava cansada demais. Queria mesmo deitar no sofá e comer pudim vendo qualquer coisa tosca na tevê.

Ressaca.

Meus pais chegaram mais tarde com uma torta deliciosa de ovomaltine, cantamos parabéns e eles me deram os presentes.

Meu pai me deu um estojo cheio de diferentes tipos de facas. Grandes, pequenas. Com e sem serra. De várias grossuras.

Fiquei olhando hipnotizada para cada uma delas. Eram lindas, e extremamente perigosas.

Eu o agradeci com um abraço.

- Mas não é só isso. - Minha mãe disse.

Eles me levaram até o lado de fora de casa, e eu já imaginava o que era.