Capítulo Vinte e Sete

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Tudo saiu bem caro, mas dinheiro não era um problema na minha família.
Minha avó materna deixou uma herança bem gorda, ela era dona de fazendas, junto com meu avô. Mas fora isso, meu pai era da Marinha e minha mãe era diretora do laboratório de perícia.
Trabalhos irônicos, para os dois.
Eu e minha mãe voltamos no mesmo dia, mas bem tarde. Meu pai não viria para casa, como é comum nos dias da semana.
Eu pensei que minha mãe estaria cansada e iria querer dormir para acordar cedo e ir trabalhar amanhã, mas estava errada.
- Vamos fazer um programa de amigas? - Ela perguntou animada.
- Oi? - Perguntei assustada.
- Ah filha, a gente te treina tanto que eu esqueço que você é uma adolescente ainda. - Ela falou fazendo biquinho.
Minha mãe era bem jovem e bonita, possuía cabelos como os meus, porém mais curtos e lindos olhos azuis.
- O que você quer fazer? - Perguntei.
- Hmmm, que tal alugar uns filmes e pedir pizza?
- Golpe baixo isso de pizza hem!
Ela riu e pegou o telefone, encomendou uma pizza portuguesa gigante e dois refrigerantes.
- Ainda bem que puxei a você. - Eu disse me referindo a como tanto ela quanto eu comemos e não engordamos.
Alugamos filmes de terror, deitamos num colchão na sala e comemos conversando sobre assuntos aleatórios.
Foi um dia bom, um dia que eu me senti normal.
Acordei com meu celular berrando às 6:30. Minha mãe já havia ido embora, então prossegui minha rotina normal.
Fui para o colégio caminhando, como faço sempre. Tudo bem normal, até encontrar Marcela na porta do colégio.
Ela me puxou de maneira que suas unhas arranhassem meu braço, e como reflexo eu agarrei no pulso dela colocando na posição para quebrar.
Ela gemeu de dor e eu percebi que foi só um dos gestos desnecessários e dramáticos dela. Larguei-a.

A Garota da FacaOnde histórias criam vida. Descubra agora