A Garota da Faca

Capítulo Dezessete

Cheguei em casa e meus pais não estavam. Peguei um biscoito e sentei no sofá. Fiquei passando pelos canais e adormeci.
Tudo escuro, com uma incrível textura antiga. Andava sem saber direito onde estava indo. Uma porta vermelha me chamou atenção, apertei minha faca na mão e entrei... Não vi nada, além de meu próprio reflexo em vários espelhos.
Minhas roupas de festa rasgadas e ensanguentadas.
Olhava para todos os lados procurando a porta, mas só encontrava meu próprio reflexo me encarando.
Parei para encarar apenas um reflexo. Até que eu percebi um movimento no reflexo no qual eu não fiz.
- ASSASSINA! - o meu reflexo gritou para mim.
Cai no chão de joelhos, largando minha faca e tampando os ouvidos. O grito continuava. Continuava e continuava, até que a dor de costume atingiu meu coração.
Acordei no sofá com a dor em meu coração. Já era dia, e estava bem quente comparado ao clima daqui.
Fui ao banheiro e encarei meu reflexo.
- Assassina. - disse rindo e me encarando. - Assassina acabada, por sinal.
A maquiagem que Marcela havia feito em mim agora não passava de um borrão.
Tomei banho, coloquei um blusão e fui fazer café.
Peguei meu celular e havia 20 mensagens. Bruno. Tudo resumida em "ei" "tá aí?" "gostosa?". Respondi um "Oi."
Mal dei o primeiro gole no meu café e Bruno já havia respondido a mensagem "Vamos sair? Preciso falar com você!", respondi "Hoje não Bruno, por favor, to cansada."
" É urgente, Karen!"
Tá bom, Bruno nunca me chamou pelo nome, sempre me chama por apelidinhos, fiquei um pouco preocupada e respondi:
"Onde?"
"Em um local privado" - ele respondeu.
"Onde?"
"Minha casa." - ele respondeu.
Já tinha ido pra festinhas na casa de Bruno, então sabia a localização (a casa que ele mora sozinho).
Coloquei um short jeans claro, regata branca e prendi o cabelo em um rabo de cavalo, peguei a bolsa preta de ontem da festa e meus óculos pois o sol estava forte.
Fui até a garagem, peguei o capacete e sai de casa em minha moto.
- Bruno! - Gritei batendo na porta de sua casa.