Capítulo Quinze

268 17 4
                                    

Levantei com cuidado, fui até o banheiro e me ajeitei.
Música alta, luzes nos meus olhos, não aguentava mais aquilo.
Meninos me agarrando de um lado, de outro. Tava quase fazendo aquela festa de massacre quando cheguei na portaria da casa, encostei perto de um segurança.
- Oi.
- Qual o problema, moça? - O segurança perguntou.
- Eu preciso de um taxi. Você tem o telefone de um?
- Não, desculpe.
- Puta que pariu. Obrigada. Pode abrir o portão pra mim, por favor?
Ele abriu e eu fui andando naquela rua extremamente vazia, me distanciando cada vez mais daquele barulho todo.
Um carro parou do meu lado. Era Fernanda.
- Vi você saindo sozinha da festa, aconteceu algo?
- Não to me sentindo bem...
- Quer que eu te leve no hospital?
- Não precisa, vou pra casa mesmo. Obrigada.
- Entra aqui, eu te levo.
Estava recebendo muitas caronas hoje.
- Marcela te emprestou o carro? - Perguntei entrando no carro.
- Do jeito que ela tá bêbada, ela faz qualquer coisa. - Nóis rimos.
- E cadê a Jú?
- Provavelmente pegando alguém e ficando bêbada também. Vi você subindo com o Bruno... Rolou alguma coisa?
- Não, ele tava bêbado demais. Coloquei ele pra dormir, juro. Sem maldade.
- Ata.
- Mas e você? Porque não tava ficando com ninguém, ou dançando?
- Não gosto dessa forma de entrar na sociedade. - Houve um longo período de silêncio. - Tipo, que graça vai ter eu beijar um aqui que vai beijar outra ali, ou pior. Não bebo pra ficar vomitando por aí. E sou péssima na dança. - Rimos novamente.
- Quando você e o Bruno vão namorar? - Fernanda perguntou permitindo uma olhada rápida pra mim.
- FERNANDA O CARRO! - gritei.
Sangue. Meu ponto fraco.
Começa com uma gota, e rapidamente vira meu oceano.
Olho intensamente para o sangue escorrendo na testa de Fernanda enquanto ela diz em voz fraca:
- Peça ajuda.
E demaia em seguida.

A Garota da FacaOnde histórias criam vida. Descubra agora