7 ▹ COMEÇANDO A JOGAR

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E eu digo que já superei, mas essa música é para você. — Olivia Rodrigo (All I Want).

      Poderia ser uma coisa pequena, minúscula, mas, de alguma forma, havia sido algo

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      Poderia ser uma coisa pequena, minúscula, mas, de alguma forma, havia sido algo. Algo pelo qual me agarrar, como uma esperança que, de repente, assopra ao meu favor.

      Com o objetivo de aproveitar o ar noturno, eu, Bianca e Gabriel decidimos nos encontrar em um bar próximo à faculdade. Eu não era muito fã de bebidas alcoólicas, mas amava os petiscos que serviam ali, além das porções de batata frita com frango frito. 

        Era um local intimista, levemente escurecido, com mesas e cadeiras com detalhes em madeira clara, bem como poltronas acolchoadas vermelhas em algumas áreas premeditadas. Havia luzes, como lanternas alaranjadas, espalhadas por toda parte, sendo que, a maioria, caía de fios do teto. Era, de certa forma, um ambiente extremamente acolhedor. Havia um palco também de madeira maciça, pequeno, mas que todos conseguiam visualizá-lo de seus lugares. Geralmente as pessoas mais bêbadas, ou aquelas que perdiam apostas, iam até ele para nos agraciar com canções nada afinadas.

      Infelizmente, assim que me sentei à mesa, ajeitando o meu vestido preto para que minhas pernas não ficassem tão à mostra, notei que muitas outras pessoas da faculdade também haviam aproveitado o clima agradável para ir até lá.

      — Vadia! — Bianca gritou assim que chegou ao local e me viu. Eu havia sido a segunda a chegar, depois de Gabriel. Ela veio até mim e sentou-se a minha frente, em expectativa, usando suas típicas roupas folgadas. — Agora me conte tudo sobre aquele sorrisinho do novato para você. Não me esconda nada, nada!

     — Ei, eu não o conheço! — introduzi na defensiva, pois o rapaz misterioso ainda me incomodava de um jeito desconhecido. — Ele só me ajudou numa situação embaraçosa — revelei ao me recordar da cena nada agradável da lama vindo para cima de mim. — Nem sequer cheguei a perguntar seu nome. Tudo o que descobri é que ele é um tremendo de um convencido, queria que eu o chamasse de lindo estranho, acredita? — Arqueei a sobrancelha mostrando minha indignação gratuita.

    — O que não seria uma mentira... — Bia confessou, já chamando a atenção do garçom para fazer seu pedido.

    — Como ele te ajudou? — Gabriel finalmente se interessou pelo assunto.

    — Ele meio que me deu a blusa dele, depois de Jéssica e sua gangue de amoebas me encharcarem de lama, para que eu chegasse menos suja à faculdade.

    — Que atitude gentil — Bianca murmurou um tanto embasbacada e surpresa. — O que também é esquisito, porque disseram que ele não está dando moral para ninguém. Está indiferente a todos. É contraditório, pois seu relato não bate com o perfil que estão lhe dando.

    Dei de ombros, fingindo não me importar:

       — Talvez ele goste de ajudar garotas indefesas para receber alguma recompensa no final. — Havia um tom amargo nas minhas palavras, e embora isso não me parecesse certo, era uma sensação que não podia evitar. Havia algo nele que levantava em mim todas as minhas defesas.

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