Eu estou presa no escuro, mas você é a minha lanterna. — Jessie J (Flashlight).
Assim que Antônia desligou a chamada, sem sequer se despedir, eu ainda me sentia aéreo, imerso a uma realidade alternativa. Apesar de eu querer fingir que estava tudo bem, não estava. Não tinha como estar. A bomba que ela me lançou aparecia e ecoava em minha mente insistentemente, como se a ficha caísse de forma lenta.
Era um baque grosseiro, e mesmo que eu tentasse insistir em desacreditar, a verdade continuaria intacta e sendo o que é. Tônia não era somente Tônia. Ela também era a garota que havia me destruído no passado.
Conferi a porta trancada do meu quarto, para que Lauren não surgisse do nada, uma vez que ela estava passando um período em minha casa junto com seu pai, melhor amigo do meu.
A dor maior, aliás, não era o fato de Maggie estar viva, e sim ouvir tudo isso com a voz de Antônia. Voz que, antes, me acalmava, combatia meus demônios, descansava o meu coração e o curava aos poucos.
Pensar em algo concreto e ilusório me fez notar minha ingenuidade a ponto de não perceber o que estava escancarado o tempo todo. Pois, por mais que tivessem trejeitos e personalidades distintas, a aparência não enganava. Era ela. O tempo todo era Maggie.
Será que algo maior, como Deus ou afins, estaria de brincadeira com a minha cara?
Dores do passado se afincaram em minha cabeça e meu corpo como se eu revivesse tudo novamente, como se, de fato, seu retorno trouxesse à tona episódios que vivenciei na relação doentia e nociva que tive com Margareth.
— Eduardo! — Lauren me gritou ao tentar abrir a porta trancada. — Você está aí?
— Não estou a fim de conversar! — Gritei de volta, sem me importar de estar sendo grosseiro.
— Você está bem? — Questionou, preocupada. — Abre essa porta! Não vou deixar que outra mulher te machuque outra vez! Foi a tal Antônia? Eu sabia que ela não era boa para você! Eu sou, Eduardo! Eu sou! Abre aqui e vamos conversar!
Desnorteado com suas palavras, abri a porta. Lauren veio até mim e me agarrou, abraçando-me e beijando meus lábios. Não a retribui, apenas a agarrei pelos braços, empurrando-a para afastá-la de meu corpo, assustado com sua atitude. Ela, no entanto, parecia esperançosa.
— Era tão bonito quando a gente ficava antes de você ter ido para aquela cidade maldita... Podemos retornar de onde paramos.
— Não, Lauren. Era um erro. Eu era apenas um depressivo e, vez ou outra, bêbado e autodestrutivo — fui incisivo, e ela finalmente desistiu de se aproximar. — Olha, você não pode continuar assim, tudo bem? Eu não amo você. Tenho certeza que nunca vou amar. Procure algo que seja seu, não se contente comigo apenas quando estou desolado.
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Segunda Chance
RomanceAntônia nutre por Bruno, desde que se conhece por gente, uma estranha paixão. Só que ele nunca a percebeu e conta também com um péssimo histórico, conhecido apenas como um destruidor de corações. Bruno e Eduardo eram melhores amigos, no entanto, se...