12 ▹ CONFIO EM VOCÊ

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Mas a sorte vai te deixar porque ela é uma falsa amiga. E no final, quando a vida te colocar para baixo, você terá alguém aqui que poderá abraçar. Então me abrace apertado esta noite (...) e nunca mais me deixe ir. — Michael Bublé (Hold On). 

      Não havia mais escolha, notei assim que abri a porta da minha casa, não quando uma simples tarde havia me feito tão bem

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      Não havia mais escolha, notei assim que abri a porta da minha casa, não quando uma simples tarde havia me feito tão bem. O que restava, naquele momento, era desistir definitivamente de querer afastá-la, mesmo com todos os receios que me incomodavam dia após dia.

     Eu sabia que ela era, fisicamente, muito parecida com Margareth, e isso poderia ser um problema se eu a mantivesse por perto, como um martírio a mim mesmo. Mas, ao contrário de Maggie, Antônia era real e estava viva. A garota parecia ser verdadeira, transparente e até mesmo tímida. E estava claro que ela nada tinha a ver com a minha ex em questão de caráter e personalidade.

     Apesar de meu inconsciente julgar errado abrir uma exceção para alguém que eu pouco conhecia, ignorei-o.

      Porque depois de muitos anos, eu me senti vivo sem precisar me colocar em perigo.

        Vivo. Está aí uma sensação incomum que eu não sabia mais o significado, e imaginava que me sentir assim de vez em quando poderia fazer bem.

         Minha mãe, desta vez, estava em casa, parecia finalmente ter uma folga de plantões. Ela me observou, curiosa, como se estivesse surpresa com a minha expressão. Talvez isso fosse novidade para ela também.

        — Não me olhe com essa cara, dona Mariana! — Simulei descontentamento, sem retirar um sorriso genuíno do rosto. — Eu estou bem sim, e é apenas... apenas uma amiga, se assim posso chamá-la — avisei antes que seu interrogatório começasse.

       Ela apenas riu e assentiu, como se fingisse acreditar em mim.

        Apenas balancei a cabeça, lhe dei um beijo na testa e corri para o meu quarto, pois estava imundo e cansado. Fui direto para o chuveiro após retirar minha roupa, e deixei a água escorrer pelo corpo, levando além da sujeira, sensações complexas.

         Embora eu não quisesse, meus pensamentos ainda eram a merda da semelhança física entre as duas garotas, e se não fossem o andar acanhado, as roupas menos apertadas e maiores, a cor do cabelo e seu comprimento, até mesmo a cor dos olhos, diria que poderiam ser irmãs gêmeas. Mas era impossível, não com a inocência e a insegurança visível de Tônia. Margareth jamais seria assim, ela era maliciosa, ordinária, sabia seduzir e tudo o que queria, geralmente conseguia.

          Seria um desafio conviver com Antônia devido a esse detalhe, porém eu tentaria de todas as formas não confundir as coisas, ou, mais precisamente, as pessoas.

        Assim que saí do banho, com uma toalha branca enrolada na cintura, meu celular apitou sobre a cama. O peguei e me surpreendi ao visualizar uma mensagem de um número desconhecido.

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