18 ▹ EM SEUS BRAÇOS

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  Eu tenho me perdido ultimamente, mas você me faz pensar que talvez eu tenha potencial para ser alguém especial. — Nina Nesbitt (Somebody Special). 

      — Quer que eu te leve? É um pouco longe

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      — Quer que eu te leve? É um pouco longe...

       — Longe, Eduardo Evans? — Revirei os olhos, achando engraçada a sua falta de noção de distância. — Em dez minutos chego a minha casa. Mas, se quiser, pode me levar até a esquina.

       E foi o que ele fez, conversamos banalidades, apostamos coisas idiotas e pequenas até chegarmos, aproveitando ao máximo a companhia um do outro.

      — Eu fico aqui — ratifiquei o óbvio já na esquina da minha casa, me sentindo ansiosa.

        Eu não queria ir embora.

        — É — expressou, provavelmente não querendo partir também. — Então...

       — Então... até amanhã. Na faculdade — disse mais uma vez o óbvio, numa forma de nos manter perto por mais tempo.

        Por que despedidas eram tão difíceis?

         Era uma sensação esquisita, como se meus pés não quisessem se mover, uma ação comandada por uma sensação incomum, pois nunca havia a sentido perto de algum amigo. Se fosse natural, eu deveria senti-la perto de Gabriel, ou até mesmo de Bianca.

       Apesar de que, uma vez, eu havia sentido algo similar perto da Bia, não queria mesmo ir embora, mas, para ser honesta, não era por causa dela, e sim devido ao chocolate que ela havia comprado. Depois que roubasse um pedaço, eu iria embora sem olhar para trás.

      Mas Eduardo não tinha cara de chocolate, felizmente.

       No meio da rua, com carros indo e vindo a nossa espreita e a luz do sol esmagando nossos ombros, parados como dois imbecis, eu ergui um pouco a cabeça e pus uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, um tanto deslocada. 

      Ali analisei as reações dele, e Edu parecia exatamente como eu, e isso me deixou feliz. Sabia que não era certo desejar que alguém se sentisse na merda assim como você, ou, pior, uma completa idiota, o que era meu caso. Mas não podia mentir que era agradável e confortante saber que não era a única que ficava sem jeito.

        Suspendi meus pés para lhe dar um beijo no rosto antes de ir para minha casa, sentindo sua atenção em minhas costas como aconteceu na primeira vez que nos vimos. O loiro assegurava a minha chegada ilesa até a porta, como se fosse possível que no meio do caminho um raio caísse em minha cabeça, ou que eu tropeçasse em meus próprios pés. 

      Por sorte, apertei a maçaneta aparentemente intacta.

       Sem raios e sem tropeços.  

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