22 ▹ ADEUS?

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Devagar, sua criança louca. Tire o telefone do gancho e desapareça por um tempo. Tudo bem, você pode se permitir se perder por um dia ou dois. — Billy Joel (Vienna). 

        Eu me lembro que, após escutar a voz de Bruno, meu corpo gelou e meus olhos se esbugalharam

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        Eu me lembro que, após escutar a voz de Bruno, meu corpo gelou e meus olhos se esbugalharam. Foi ele quem adentrou o escritório do pai e me viu ali, em pé, com uma expressão de culpa escancarada.

       — Bruno?

       — O que você está fazendo aqui, Antônia? — indagou, desconfiado.

      — E-eu — gaguejei, consciente de que Gabriel e Bianca tinham se escondido por debaixo da mesa e qualquer ato falho meu iria nos denunciar. E, principalmente, prejudicar Edu. Tal pensamento me deu mais segurança. — Eu estava procurando o banheiro, esqueci onde fica. Sua casa é enorme!

       Sorri fingindo agonia, como se minha bexiga estivesse sendo cruel comigo, e me aproximei dele. O moreno ousou olhar para trás de mim, no entanto, no desespero, eu segurei seu rosto e o beijei. Bruno se surpreendeu, porém, retribuiu. E enquanto isso eu sabia que Gabriel e Bianca saíam em segurança.

      — Minha nossa, Antônia! — Ele suspirou, mal conseguindo esconder sua feição de vitória. — É como um déjà-vu, agora entendo Eduardo, é como estar de volta ao passado...

       Bruno não pareceu entender a intensidade de suas palavras para mim, porque me lembrar disso me possibilitava criar mil hipóteses autodestrutivas a minha sanidade.

       Queria pensar que Eduardo havia se apaixonado por mim, Antônia, ninguém mais.

       No entanto, as surpresas não pararam por aí.

        Assim que cheguei em minha casa e me deitei no sofá, totalmente aliviada por não ter mais que fingir continuar presa em minha antiga obsessão, ou paixão platônica, e por ter conseguido ajudar o garoto que eu machuquei, mesmo que sem a intenção, notei que tudo parecia certo.

         Não por mim, mas por Edu.

         — Antônia! — Bianca me chamou enquanto cruzava o corredor para a sala. — Eu não sei como entender tudo isso, mas você precisa saber...

          — Aconteceu algo? — A preocupação me dominou.

         Ela simplesmente jogou sobre o estofado um punhado de fotografias. O bizarro era o fato de que, em todas elas, eu e Eduardo estarmos presentes. Eram momentos aleatórios, íntimos até, como no dia do piquenique, em que eu estava em suas costas, sorridente, enquanto ele pulava corda junto às crianças. O ponto era que estávamos sendo vigiados desde o início.

        — Bianca, eu não estou entendendo... — Espalhei ainda mais as fotos, horrorizada. — Onde você encontrou isso?

       — Enquanto estávamos embaixo da mesa, notei um fundo falso, e encontramos essas fotos. Gabriel acha que eles também estão te investigando, mas não entendo a razão. — A voz de Bia era pura apreensão.

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