16 ▹ PIQUENIQUE A DOIS

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 Estamos enterrados em sonhos quebrados, estamos atolados sem um fundamento, e eu não quero saber como é viver sem você. Não quero conhecer o outro lado do mundo sem você. — Ruelle (The Other Side). 

     A semana seguinte foi tranquila, tirando o fato de que Bruno e Eduardo não apareceram na faculdade

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     A semana seguinte foi tranquila, tirando o fato de que Bruno e Eduardo não apareceram na faculdade. Aos poucos, a novidade da briga acabou e os dias se passaram de forma mais calma.

     Até que a sexta se aproximou.

      Cheguei em casa muito cansada por conta da semana cheia de provas e seminários, por isso, me joguei no sofá. O telefone tocou, porém minha mãe atendeu, pois eu não tinha forças para mover um músculo sequer. Após tirar um cochilo ali, acordei no meu quarto, provavelmente meu pai tinha me levado. Esfreguei o rosto e aproveitei para tomar um banho. Após sair do banheiro, já devidamente vestida, escutei um barulho.

      Dessa vez, no entanto, não me assustei. A pedrinha no chão já denunciava quem era.

       Dei passos em direção à varanda e me escorei na sacada, e dali de cima, vi quem me aguardada: Eduardo Evans. 

      Ele vestia uma roupa casual, uma jaqueta de couro por cima de uma camiseta verde, que realçava a cor de seus olhos, bem como uma calça jeans e um coturno meio surrado.

      — Me seguiu de novo, maníaco? — caçoei.

     — Não foi preciso, sou capaz de gravar o caminho — mencionou sua incrível habilidade. Se um dia nos perdêssemos no meio da floresta amazônica, esperava que isso fosse verdade.

      Fiz um gesto pedindo para que ele me esperasse e empurrei a porta de correr da varanda. Peguei meu celular e segui o barulho dos meus pais, que estavam na sala assistindo TV juntos, pigarreei para demonstrar minha presença no recinto.

      — Só para avisar: vou na Bianca. Tchau casal mais lindo do mundo! — gritei antes que eles me fizessem perguntas que eu não soubesse responder. A verdade era que, se eu falasse a verdade, seria um intenso interrogatório. Para meu pai, qualquer garoto perto de mim era um promissor abusador de garotas inocentes.

      Era legal esse papo de pais protetores, até o momento em que não abusam desse título.

      — Para onde iremos? — expressei minha dúvida ao tocar o ombro de Edu, que estava de costas para mim.

      Surpreso com a minha chegada, ele se virou e me presenteou com um sorriso daqueles. Edu nada disse, apenas ergueu sua mão, esperando que eu a pegasse para que ele me guiasse, e assim o fiz. Quando agia com tanto mistério assim me fazia querer esganá-lo.

      Ao atravessarmos uma ponte pequena, que se estendia ao longo de um lago cheio de peixinhos miúdos e pedrinhas marrons, analisei algumas plantas espalhadas pelo entorno. Era lindo. Caminhamos sobre o gramado extenso, enquanto eu observava todos que estavam ali. Havia casais caminhando e conversando, pessoas sozinhas que corriam com seus fones de ouvido plugados, e até mesmo crianças sorridentes que se disparavam para seus pais.

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