24 ▹ UMA TARDE EM LONDRES

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 Quando um homem ama uma mulher, ele não consegue manter seu pensamento em mais nada. Ele trocaria o mundo pela coisa boa que encontrou. — Michael Bolton (When a Man Loves a Woman). 

         Horas depois, lá estávamos nós, de frente a um mar convidativo

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         Horas depois, lá estávamos nós, de frente a um mar convidativo. O sol queimava nossos ombros e o litoral me recebia com ventos agradáveis e um cheiro salgado típico. O horizonte ao fundo nos trazia uma ideia equivocada de fim, quando era só o início. Do que eu não sabia. Havia casas minúsculas e padronizadas na beira da praia, muito fofas, que Charlie me contou que as pessoas alugavam. A beleza daquele lugar somada à presença de parte da minha família me fez sentir alívio.

         Eu dava a mão à pequena Alicia, enquanto seus pais tentavam encontrar um bom lugar para ficarmos, já que se preocupavam muito com a filha. Estendi minha canga na areia e me sentei. Cruzei as pernas e encarei o mar, respirei fundo, fechei os olhos e deixei que a brisa me embriagasse, desejando que os próximos dias pudessem ser tranquilos e belos assim.

         Minutos depois, George aproveitou para tirar várias fotos minhas e de Alicia enquanto tentávamos, inutilmente, construir uma pequena piscina de poça d'água, e um castelo, que estava mais para uma caixa de palito de fósforo. Tentamos nos enterrar na areia, mas éramos ansiosas demais para esperar a outra finalizar e, no fim, o que importou foi a diversão.

         — Tô com fome, papais — Alicia reclamou após sua barriga roncar. — Eu e Tona podemos comprar alguma coisa para comer? — pediu à medida que se levantava. Em sua mão segurava um balde cheio de água. Lili usava um biquíni roxo com babados cor de rosa, era uma graça. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e algumas mechas saíam do chapéu da Monster High que a protegia do sol.

         Meu estômago também roncou, me denunciando.

          — Sem comer doce antes do almoço, senhorita, ouviu? — Charlie semicerrou os olhos em direção à filha, suavizando-os logo em seguida. Então ele desviou sua atenção para mim. — Tem um restaurante com comida caseira e boa aqui perto, Alicia sabe onde é e te guia. Não vou porque estou sem fome, vou continuar lendo meu livro. Qualquer coisa ligue, certo?

         Concordei. Eu esperava de verdade que Alicia fosse uma boa guia, mas ela era especialmente sagaz e isso me tranquilizou.

          Tio Charlie nos entregou um cartão de crédito para que o usássemos, e tão logo caminhávamos por uma área de asfalto enquanto eu era guiada por Alicia. Fiquei impressionada com o quanto sociável minha prima era, pois a garotinha acenava para todo mundo como se fosse famosa, e basicamente nenhum adulto deixava de corresponder seu sorriso.

           O restaurante em que ela me levou era pequeno, mas confortável, com mesas de madeira espalhadas num terraço no segundo andar com vista para o mar, com diversas plantas dispersadas pelo redor. Surpreendi-me quando o garçom falou oi para Lili em português. Ela respondeu, alegre, porém nisso não me choquei, pois eu sabia que Charlie fazia questão que ela aprendesse a língua de seu país de origem.

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