36 ▹ UMA ROSA LILÁS

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Mas no fim da estrada o sol está brilhando, toda nuvem escura tem sua margem clara, apenas aguente firme. — Lady Antebellum (One Day You Will).  

      Estava a um passo de realizar todos os meus sonhos naquele fim de tarde

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      Estava a um passo de realizar todos os meus sonhos naquele fim de tarde. Era possível notar o sopro vívido do vento, além de ouvir o barulho das ondas do mar se desfazendo gradativa e suavemente perto da costa. Em paz. É assim que me sentia ao caminhar lentamente pelo estreito tapete branco com pétalas lilases colocado na areia, enquanto movia minhas pernas trêmulas para frente, enrubescida devido ao olhar provocativo de Edu apenas para mim.

       Era como um ímã. Um elo. Impossível de desviar minha atenção da dele. Havíamos criado uma bolha imaginária, cuja conexão era tão eficaz e direta, que, mesmo tendo vários convidados a nossa volta, era como se estivéssemos sozinhos. Só eu, ele e nossa bolha.

       Só queria vê-lo, admirá-lo fervorosamente em seu belo traje despojado, e argumentar contra todos os meus medos de que não estava fantasiando esse momento. E que, apesar de haver várias mulheres belíssimas ao redor, como a Lauren, a garota de vestido branco, rendado e curto, com uma tiara de flores na cabeça, era eu. Aquela que segurava um buquê de rosas brancas mescladas com lilás, cujo aroma era tão reconfortante que, sim, era impossível duvidar que Eduardo esperava por mim.

        Assim que subi no pequeno altar, nossos sorrisos denunciavam nossa felicidade, e naquele instante, recordava-me de poder alcançar os céus se seus dedos não se separassem dos meus.

       — Pronta para uma nova vida ao meu lado, Sra. Evans? — sussurrou para mim, e o pôr do sol conseguia deixá-lo mais bonito. Enquanto isso, ele me ajudava a me equilibrar próxima dele e do idoso que iria oficializar a nossa relação diante de Deus e dos homens. Edu não desviou seus olhos verdes dos meus, e eu somente assenti, como se dissesse ''estou pronta.'' 

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       — Eduardo Evans, se você jogar de novo essa comida em mim, não serei mais responsável pelos meus atos! — ameacei assim que as tiras da macarronada deslizaram novamente pela minha blusa e meu rosto. A primeira vez havia sido acidental, mas depois ficou claro que já não era mais.

       Semicerrei meus olhos, agressiva, como se estivesse a ponto de perder o controle, e me irritei ainda mais ao notar que isso não o fez morrer de medo das coisas que eu poderia ser capaz de fazer.

        — Então, para não rolar estresse, deixe que o responsável pelos seus atos seja eu — sugeriu em tom de completa luxúria e audácia, mantendo os olhos profundos e desafiadores sobre mim. Minha boca se entreabriu, e embora eu não tenha respondido mais nada, totalmente abobada pela facilidade dele de transformar momentos simples em instantes abrasadores, consegui sentir o calor nos envolver.

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