15 ▹ HÁ LUZ EM VOCÊ

274 66 369
                                    


Se lutarmos por essa batalha e vencermos, seremos mais fortes do que já éramos. — Us The Duo (Already Mine).

 — Us The Duo (Already Mine)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

      Foi muito rápido. Em um segundo eu pisquei os olhos e, no instante posterior, o garoto de olhos verdes mantinha a face fechada e os punhos cerrados, enquanto Bruno Andrade se abastecia de um olhar gélido e impetuoso. Eu, ao contrário deles, conservava uma expressão de desespero e perturbação, escondida entre tantos alunos curiosos e em expectativa.

      Aquele momento era o que todos esperavam e, para ser sincera, cedo ou tarde aconteceria. Era impossível ambos se ignorarem estando na mesma faculdade. Inevitável.

      — Olha quem se deu o trabalho de voltar depois de toda a merda que fez! — Bruno ironizou a fim de atingi-lo. E isso pareceu acontecer, era como se ambos transferissem a culpa um para o outro. Eduardo manteve as mãos fechadas, e eu sabia que seus dedos machucavam sua própria pele. — Isso foi um erro!

     Eu sentia que tinha que fazer algo, mas o quê? O encontro entre os inimigos mais famosos daquela cidadezinha estava ali, e todos podiam assistir ao vivo e a cores, e pareciam não se importar com nenhum dos dois, apenas com a distração. A única coisa que me era permitido, até então,  era acompanhar duas pessoas que eu gostava trocando farpas e apertando e pressionando suas próprias feridas.

      — Por que você não cala a merda de boca? — Eduardo retrucou, furioso. — Será o melhor para nós dois! — A firmeza em sua voz me causou calafrios, mas estava visível sua tentativa de se controlar, embora soubesse que faltava pouco para ele perder a paciência.

      — Não! — Bruno vociferou numa combustão de ira e rancor. — Eu tenho que falar, Eduardo! Eu tenho! — Descontrolado, o garoto agarrou seu rival pela camisa, assustando a todos. — Por sua causa eu estou assim, você sabe que é um assassino!

      Escutá-lo fizera com que meu corpo estremecesse, como se Edu fosse bom demais para ser verdade. A realidade era que, por mais que eu tentasse negar, havia coisa muito mais suja entremeando aqueles dois. Havia a morte da garota e, além disso, o possível responsável por ela.

      Eduardo não negou, e isso me deixou ainda mais atordoada. Eu precisava que ele negasse e se opusesse a essa acusação, por mais que não soubesse a razão desse meu querer. Era como se meu corpo implorasse que ele gritasse que não era um assassino.

       E isso era estranho. Porque, tecnicamente, se eu não quisesse mais chegar a Bruno, eu não precisava mais de Eduardo. No entanto, eu sentia que ainda precisava. Só não entendia bem os motivos dessa vez.

     — Você não suportou saber que ela estava feliz com outro muito melhor que você —Edu revelou, mostrando certa vulnerabilidade. Puxou a mão de Bruno e soltou-se, dando um passo trôpego para trás. — Você foi quem invejou a minha relação com ela. Você sempre quis ser o melhor, sempre quis tudo que era meu, desde quando éramos crianças. Bruno, até mesmo meus brinquedos você queria iguais ou melhores! Se tem alguém aqui, meu caro — Eduardo apontou o dedo para ele —, que é culpado, esse alguém é você!

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora