21 ▹ INOCENTE OU CULPADO?

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  E eu sei que a parte mais assustadora é deixar ir, porque o amor é um fantasma que você não pode controlar. Prometo a você que a verdade agora não pode mais nos ferir. — Christina Perri (The Words). 

       Desnorteado era a palavra que me definia no momento

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       Desnorteado era a palavra que me definia no momento. Na teoria era simples analisar a situação: Antônia havia me usado para chegar até Bruno, porque ela sabia da nossa rivalidade. No entanto, o que me afetava de forma enigmática era o fato dela parecer tão sincera que, quase, agarrei-a pela cintura expondo o fraco que eu era.

      Mas eu já havia me machucado demais por seguir meus impulsos, por dar ouvidos à esperança de que, dessa vez, tudo seria diferente.

       Honestamente, sabia que o final seria esse, pois era bom demais para ser verdade. Essas situações só demonstram o quanto estava errado quando pensei que, talvez, ela fosse diferente.

       Ela era igual a todas.

      Mesmo que seus olhos fossem raros, que seus lábios fossem únicos, mesmo que sua risada se sobressaltasse de maneira indecifrável de todas as outras, mesmo que somente ela me causasse sensações estranhas. Não importava, no fim, eu tinha que pôr na cabeça que ela era igual a todas as outras.

      E, provavelmente, eu fracassaria.

        Corri por entre as ruas em direção a minha casa, não me importando com o suor ou as pernas cansadas, só queria ficar no meu canto e no meu silêncio. Era difícil ter de lidar com mais uma decepção. Minha mãe me gritou assim que cruzei o corredor, porém a ignorei e subi às pressas para o segundo andar.

        Ali não era o meu lugar, não poderia ser, porque era ali que sempre um desengano ressurgia. Eu deveria voltar para casa. Deveria retornar a Londres.

       Minha mãe apareceu na porta e seu olhar transmitia certo desespero.

       No  entanto, antes que eu pudesse pegar a minha mala, reconheci outra presença no meu quarto.

      — Você será detido, Eduardo Evans, recebemos uma denúncia sobre o caso Margareth Johnson — um homem fardado anunciou, segurando uma bolsa nas mãos, escurecida de sujeira e queimados. Apesar do estado, eu a reconheci. Aquela bolsa havia pertencido a Margareth. — Por favor, nos dê a mão e não reaja, será pior para você.

       Arregalei os olhos, não entendendo o contexto de ter dois policiais no meu quarto e um objeto pertencente a minha ex-namorada. Parecia que tudo estava dando errado. Porém, mesmo confuso, eu estava fraco e desgastado demais para reagir, então apenas permiti que pusessem as algemas em meus punhos.

      — Eu vou ligar para o seu pai, filho, iremos providenciar um advogado! — Mariana bradou com exasperação, agarrando-me pelo rosto, mas eu já estava sendo encaminhado para fora. — Eu vou resolver! Isso é um engano! Meu filho é inocente! Merda, a culpa é minha, nunca deveria ter te forçado a voltar para cá!

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