34 ▹ VOCÊ VAI ME MATAR?

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Eu estou perdendo tempo, o veneno está me matando e tomando conta, a luz branca se torna vermelha enquanto eu entro na cidade dos mortos. — Eurielle (City Of The Dead).  

        O barulho do alarme atacava novamente, e seu nome era Pilar

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        O barulho do alarme atacava novamente, e seu nome era Pilar. Ela gritava e repercutia suas ameaças matutinas como ninguém. 

        — Se a senhorita não acordar, dona Antônia Campos, irei tirar foto dessa sua baba escorrendo e da sua calcinha de bob esponja e mandar para Eduardo!

       — Mãe! — reclamei.

      — Filha? — ela debochou, fechando a porta do quarto em um sorriso travesso.

       Esses episódios, infelizmente, eram comuns na minha vida, uma vez que eu possuía sono pesado e despertadores tradicionais não conseguiam me acordar. Mas, felizmente, foi diferente me levantar naquela manhã, pois eu finalmente sentia energia.

        Era um novo dia para viver com meu namorado, para conhecê-lo e aproveitá-lo todo para mim. Depois do dia em que nos reencontramos em plena tempestade e, em consequência, eu ter tido uma gripe intensa que perdurou por uma semana, Edu finalmente conseguiu se mudar de Londres para cá, e trouxe uma novidade: seu pai.

        O famoso Edgar Evans, vulgo meu sogro carrancudo e sistemático, estava disposto a recomeçar. Por isso, ele fez questão de comprar uma casa, literalmente, colada à de Mariana. Era engraçado vê-los se provocando o tempo inteiro e o esforço do homem para amansá-la. Mariana era feroz.

       Certo dia, estávamos sentados na varanda, enquanto analisávamos uma cena cômica: Mariana dando banho de mangueira no mais novo mascote da família, Thanos, e quando Edgar chegou do trabalho, ela simplesmente desviou o jato de água para atingi-lo, molhando o terno impecável do homem.

       Antes que a confusão aumentasse, eu e Eduardo corremos em direção a eles, pegamos a mangueira, aos risos, e também demos banho em sua mãe. Mari saiu correndo atrás da gente, ainda estávamos gargalhando, e nesse meio tempo, Edgar conseguiu roubar a torneira, molhando-nos também. O cachorro, feliz, também corria atrás da gente, como se fosse uma brincadeira. Todos totalmente ensopados, mas alegres.

        — Bom dia, dia — murmurei me espreguiçando.

        Fui para a faculdade, considerando que eu ainda tinha o objetivo de me formar em biomedicina. Deslizei em meu corpo um vestido azulado, de tecido leve, enquanto meus cabelos caíam em cascata em minhas costas.

      O caminho foi normal, e dessa vez tive a companhia de Bianca e Gabriel. Mesmo que minha amiga fosse inicialmente contra carícias afetivas em público, eu ainda me sentia de vela.

       — Tônia, a gente se vê no almoço? — Gabriel me perguntou assim que adentramos a universidade, pois teríamos aulas diferentes em pavilhões distintos.

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