Capítulo trinta e dois

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Problemas para os Shepherd,problemas para Meredith...

Cristina: Mer, o que foi isso? - Perguntou descendo as escadas. Meredith deu de ombros.

Cristina e Meredith se encararam por um instante, depois ambas avançaram, silenciosa e rapidamente até a porta do escritório, encostando o ouvido na madeira.

Finn: Quais os portos? - Perguntou, impaciente

Owen: Madrid, Mônaco e Roma. - Respondeu, consultando os papéis

Finn: Cada um vai pra um ponto, acalmar as coisas enquanto não conseguimos mandar outra remessa. Considerariam um desaforo se alguém fosse, além de nós. - Owen assentiu - Então, fica assim: Eu vou a Madrid, você a Mônaco, Derek a Roma.

Mas Derek não estava prestando atenção. Estava olhando, com uma sobrancelha levantada e uma expressão divertida pra porta onde Meredith e Cristina ouviam. Ele avançou pra porta. Pouco antes de abri-la, Cristina puxou Meredith, que voltou as pressas pro sofá, e fingiu estar terminando de descer as escadas. Derek encarou Meredith, que sorria, vitoriosa.
Então era isso. Três cargas a serem entregues se extraviaram. (Os Shepherd exportam papel e café.) Ambos os três viajaram no dia seguinte, as pressas, pra tentar manter a ordem. Cristina foi pra casa do pai com Théo, mas Meredith ficou pra cuidar de Amélia, que estava gripada. Agora Amélia dormia, e Meredith estava guardando os vestidos que Finn trouxera, quando puxou um que tinha um livro dentro, ambos embolorados. Deixou esses separados. Quando terminou, ficou pensando onde jogar aquilo. A primeira coisa que veio em sua cabeça foi o sótão. Era pra lá que iam as coisas empoeiradas, emboloradas. Considerou a idéia. Ela iria rápido, deixaria a caixa com o vestido e o livro lá, e voltaria. Derek nem notaria. Ela pegou a caixa entre as mãos, e avançou pela primeira vez pela escada pro terceiro andar.

Estava tudo escuro. Só havia a luz do dia, que entrava pelas frestas das janelas fechadas. Mas Meredith não estava preocupada com isso. Conseguia ver muito bem. E a primeira coisa que viu foi o quadro de uma mulher, de tamanho real, vestida em um vestido vermelho vinho. Do lado desse quadro havia outro, só de busto. Meredith esperara tudo, menos isso. Ela largou a caixa no chão e avançou pelo cômodo. Parou em frente ao quadro de corpo todo. A mulher era clara, os cabelos eram cacheados, de um ruivo, caindo até a coluna. Seus olhos eram verdes. Tinha um sorriso de canto na boca. Era linda, Meredith pensou sozinha. Ao seu lado, o rosto da mulher encarava ela, com um sorriso no olhar.

Meredith: Deus do Céu. - Murmurou, avançando pelo enorme cômodo. As paredes eram cobertas de fotos da mulher. Havia um manequim num canto, com um vestido vermelho vivo.

Meredith foi até uma das diversas prateleiras que havia ali, se sentindo dentro de uma ópera de terror. Haviam arquivos e mais arquivos. Ela puxou um, delicadamente. Era uma carta, antiga. Ela desdobrou com cuidado. Reconheceu a letra de Derek no papel desgastado.

Addison,
Minha mãe tem criado problemas. Aliás, aqui tem sido problemas de manhã até a noite. Hoje a noiva de Finn veio até aqui. Eles só vão se casar daqui a dois anos, porém, Finn insistiu em vê-la, queria conhecer. Sinto sua falta. Penso em você a todo momento. Vou dar um jeito de escapar, e irei até você.
Eu te Amo.
Derek.

Meredith olhava a carta como se aquilo lhe causasse nojo. Dobrou-a de novo, com menos cuidado do que quando desdobrou, e pôs no lugar. Pegou outra. Dessa vez a caligrafia era feminina.

Derek
Está cada vez mais dificil escrever a você! Owen é um inutil, está começando a criar caso. Ele é a favor da Meredith. Você precisa resolver isso, rápido. Eu estou cansada de ficar escondida. I miss U.
Da sempre sua,
Addison.

Meredith ficou com aquilo na cabeça durante todo o dia. Cuidou de Amélia com a cabeça distante. A noite, estranhou aquela cama enorme. Nunca dormira ali sem Derek ressonando ao seu lado. Tão pouco dormiu. Passou a maior parte da noite olhando a chuva bater na janela.

De manhã, acordou com os gritinhos de Amélia, vindos do lado de fora. Se levantou de supetão, indo até a janela. Amélia corria atrás de Seth pelo jardim da mansão.

Meredith: AMÉLIA! - A menina não ouviu - Vai piorar. - Murmurou pra si mesma, pegando o hobbie.

Meredith estava com uma camisola de seda longa, branca, e o hobbie era igual. Sabia que era errado sair assim, mas Amélia ia piorar se continuasse no frio.

Meredith: Ei, ei, ei! - Segurou a menina, que ia em disparada atrás do cavalo, que galopava na sua frente

Amélia: Mas, Mer... - Começou a questionar

Meredith: Sem "mas". Você tá doente, devia estar no seu quarto. Vai piorar. - Amélia mordeu o lábio, como se pedisse desculpas. As duas começaram a caminhar até onde Seth tava.

Meredith: Amélia, você conheceu alguém chamado Addison? - Perguntou, tentando passar despercebida

Amélia: Conhecer não, mas esse nome é familiar. - Ela tentou se lembrar, sem sucesso - Você conhece?

Meredith: Eu não, mas o Derek parece conhecer. - Disse, amargurada - Eu fui levar um vestido mofado pro sótão, e tem... tem uma foto dela lá. - Resumiu

Mas antes que Amélia pudesse responder, Seth relinchou, ficando em pé nas duas patas traseiras. Do nada, uma voz surgiu, fria e cortante.

Derek: Então você resolveu me desobedecer. - Disse, aparecendo na lateral de Meredith e Amélia. Meredith empalideceu. Que diabo, ele não tava viajando?

Meredith: D-Derek. - Murmurou, recuando

Derek: Não corra! - Advertiu, furioso.

continua...

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