Pecado

Capítulo sessenta e dois

Será um fantasma???

Naquela tarde, casais se embolaram nos quartos da mansão Shepherd. A paixão podia ser sentida entre as paredes. E assim foi por dias. O amor, a paz, a tranqüilidade e a paixão reinavam naquele lugar. Mas não é só alegria de pobre que dura pouco. A dos ricos também tem data de término.

Derek: Vai!

Meredith: Não vou. – Virou o rosto

Derek: Vai, minha princesa. – Insistiu, mimando ela

Meredith: Não, meu neném. – Sorriu, entrando no jogo

Derek: E porque você não quer ir, minha vida? – Perguntou, prendendo o riso, só que Meredith não agüentou e riu.

Meredith: Eu vou. Mas me espera.

Derek: Sempre. – Disse, fingindo bocejar

Meredith: Ridículo. – Ela bateu no peito dele, que riu e agarrou ela, dando-lhe um cheiro no pescoço.

Derek ia passear com Meredith pela cidade. Mas ele insistia que ela usasse um xale, que lhe tampasse mais o decote, e ela não queria ir buscar. Por fim ela foi sobre os olhares dele, que ficou sorrindo a espera dela. Meredith o encantava. Seu sorriso se fechou em choque quando uma visitante entrou pela porta da frente.

XXXX²: Derek. – Disse, observando-o da porta

Meredith tinha buscado o xale, e voltou, parando no parapeito da escada. Parou de sentir as pernas. A visitante avançou pela sala e abraçou Derek com vigor. Meredith empedrou onde estava. A visitante ergueu os olhos para Meredith, e a encarou por um breve momento.

Meredith observou aquela mulher ali, agarrada a seu marido. Lembrou-se de cada palavra de Derek. Olhos verdes, de ressaca. Olhos de cigana, obliqua e dissimulada. Se vestia com um vestido vermelho sangue. Seu cabelo era de um castanho médio, liso, caindo até o meio das costas, com cachos nas pontas. Era o quadro do terceiro andar que criara vida e estava ali. O xale que segurava escorregou dentre os dedos de Meredith sem que ela percebesse, e caiu levemente no chão. Addison ainda a olhava. Mas o verde dos olhos de Meredith procurou outra coisa. Derek. Quando conseguiu olhar o rosto dele, sua expressão era chocada, confusa, atordoada. Mas Meredith viu, algum tempo depois, quando a mão dele retribuiu o abraço de Addison, afagando-a pelas costas, acolhendo-a em seu peito. O pulmão de Meredith trancou ao ver aquilo, e ela sentiu cada pedaço de seu corpo endurecer.

Owen: Meredith! – Chamou, aparecendo no corredor. A loira não se virou – Estava procurando você. Quero saber se quando a Cris... – Ele parou ao ver a cena no andar debaixo – Addison. – Constatou, incrédulo

Owen não gostou nada daquilo. Justo agora, quando ele achou que o assunto de Addison estava enterrado junto com ela, justo quando a paz estava reinando, acontecia aquilo. Ele e Meredith ficaram parados, um do lado do outro, empedrados, ambos afogados em desgosto pela visitante.

Addison: Ora, Owen! – Ela se soltou de Derek, que se virou. Um choque passou pelo azul dos olhos dele ao ver Merdith ali.

Mas havia outro sentimento no olhar dele, um sentimento que era imensamente maior que o choque. Meredith conhecia esse sentimento, pois havia dele em abundancia em seu peito. Era saudade. A voz de Addison era envolvente, um tipo de voz que fazia qualquer pessoa perder o fio da conversa. Era doce, atraente. Addison tinha um corpo farto, moldado pelo vestido.

Addison: Casou-se com ela, no fim. – Acusou, virando-se para Derek, como se Meredith fosse um ser que não merecesse respeito.

Derek: Eu... eu não... – Ele tentou formular a resposta. Ia renegar Meredith, ela sabia. Sentiu o ódio recobrando cada pedaço do seu corpo. Seu maxilar estava trancado como pedra.

Owen: Derek. – Chamou, duro, enquanto descia as escadas – Pode me acompanhar? – Não era uma pergunta. Era uma ordem.

Derek foi com Owen, que o guiou ao escritório, fechando a porta. Addison olhou Meredith em cima a baixo, e sorriu, debochada. Meredith ergueu o rosto e manteve o olhar da mulher no andar debaixo. Com certeza nada de bom sairia dali.

continua...