Capítulo noventa e sete

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A busca parte II

Derek dormia abraçado ao travesseiro da filha, todas as noites. Finn, já tendo perdido a fé, começava a planejar grupos de procura, pros estados mais próximos de Seattle. Ele acharia Meredith, pro irmão. Nunca se deu bem com Derek, mas não lhe fazia bem vê-lo ser torturado, pela saudade da filha, da mulher. Só que algo no peito de Derek lhe dizia que Meredith estava perto.

Derek: Tem que haver algum lugar, um ponto em que não tenhamos procurado. – Insistiu com os irmãos, num dia à tarde, no escritório dos Shepherd. 

Owen: Onde, por exemplo? Derek, nós viramos Seattle de cabeça pra baixo. Ela não está aqui. – Disse, sério.

Derek: Está! – Insistiu, batendo com a mão na mesa – Owen, você pode não acreditar, mas eu sinto Ellis. Ela está por perto. Eu sei que está. A busca foi falha. 

Finn: Nós avisamos até a policia. Tem gente nossa nas fronteiras de Belltown, Madrona, Beacon Hill, Green Lakes. Até em Port Madison tem gente procurando. Se ela estiver lá, vão encontrar. – Tranqüilizou.

Derek: Ela está aqui. – Insistiu. Era como se a presença de Meredith fosse notável, como se ele pudesse farejar seu perfume – Eu vou... eu vou sair um pouco. Preciso espairecer. – Owen e Finn assentiram.

Derek caminhou até longe. Em sua cabeça, estavam Meredith e Ellis sentadas na neve, fazendo o boneco de neve. Estiveram tão próximas, e agora poderiam estar em qualquer lugar. Meredith estava calma, até que o telegrama chegou. Derek pensou nisso enquanto andava sem rumo. Existia uma possibilidade de ela ter partido. E se o telegrama fosse o irmão, avisando que vinha busca-la?

Mas, por outro lado, quem se atreveria a levar os dois? Entretanto, com a ajuda dele, a fuga seria muito mais fácil. Derek estava considerando isso, quando viu um rosto não tão familiar caminhar à uns 50 metros dele. Usava um terno preto, tinha cabelos claros.

Derek: Alex. – Murmurou pra si mesmo. Era o primeiro rastro de Meredith que tinha. Ela ainda está aqui, se motivou enquanto se apressava a alcançar Alex. 

Derek: Alex! – Chamou, ao chegar numa proximidade considerável.

Alex se virou, respondendo intuitivamente ao seu nome. Derek não lembrava muito de suas expressões. Alex se manteu calmo ao ver quem lhe chamara.

Alex: Derek. – Respondeu, sereno, parando de andar.

Derek: Em nome de Deus, onde ela está? – Perguntou, deixando o desespero transparecer em sua voz. 

Alex: Ela quem? – Perguntou, calmo.

O pingo de esperança de Derek desmoronou. Era óbvio. Se Alex estivesse realmente com Meredith, não lhe diria.

Derek: Por favor. – Implorou, e por um minuto Alex sentiu pena dele.

Alex: Eu não sei do que você está falando. 

Derek: Meredith. Onde está?

Alex: Por suposto que deveria estar com você. – Alfinetou.

Derek: Fui um idiota. Ela entendeu tudo errado. Eu não... – Ele hesitou – Não foi minha intenção magoá-la. Eu a amo. – Disse, inutilmente.

Alex: É tarde. – Respondeu, se afastando

Derek: Não! – Ele o segurou – Pelo menos, me diga. Ellis. – Pronunciar o nome da filha o machucava – A minha Ellis. Ela está bem? Estava resfriada antes de... – Ele não terminou a frase.

Alex: Fique tranqüilo. Ela vai ficar bem. – Encerrou, e com um ultimo olhar, se afastou.
 
.......

Finn: Espera ai. – Se levantou, quando Derek lhe contou o que acontecera.

Owen: Se ele sabe da Ellis, ele está com a Meredith. – Concluiu

Finn: E se ele está com a Meredith, ela ainda está aqui.

Achar Alex foi fácil como suspirar. Owen colocou homens de guarda na frente da mansão Grey. Qualquer movimento do homem,seria seguido.

......

Meredith: Ele encontrou você?! – Perguntou, alarmada.

Alex: Na rua. Estava voltando pra casa, e me bati com ele.

Meredith: E então?

Alex: Me perguntou de você. Pediu pra que voltasse pra casa. Perguntou de Ellis. Está abatido, desesperado, Mer.

Meredith: Ele provocou isso. – Disse, amarga.

Alex: Ele disse que você entendeu tudo errado, e que não era intenção dele magoar você. – Meredith riu.

Meredith: De boas intenções o inferno está cheio. – Terminou o assunto, indo verificar a filha, que ressonava calmamente. 

Alex: Sabe que não vou poder vir muito aqui, agora que estão atrás de mim. – Comentou, observando a irmã.

Meredith: Eu sei. – Ela suspirou – Vou tentar dormir um pouco. Eu não sou a única pessoa que chora por aqui. – Ela sorriu, triste.

Alex: Não entendi. – Ele fez uma cara confusa.

Meredith: Tem uma mulher, no andar de cima. Chora a madrugada inteira. Não tenho conseguido dormir direito. Não é nada escandaloso, eu só ouço os soluços, mas mesmo assim, me dá agonia. Acho que alguém bate nela, ou prende, não sei. – Deu os ombros, pensativa.

Meredith só não sabia que a mulher que soluçava no andar de cima, chorava por ter lhe feito bem e por sofrer as consequências disso. Chorava por ter lhe devolvido o sobrinho.

continua...

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